sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Tarde

Agora é tarde para sobreviver,
Nada lhe resto além da vasta escuridão.
Ouvem-se cochichos pelos corredores do hospital,
Que chegam aos seus ouvidos, parecendo-lhe natural.

Tudo parece diferente do começo,
O mundo se tornou incerto e perigoso.
Armadilhas lhe cercaram, levando-a ao chão,
Sua cabeça se manteve erguida, e sua esperança viva.

Sorrisos lhe foram roubados,
Sua alma, decapitada, “em praça publica”.
Um mundo inteiro devastado por nada,
E uma vida arrancada por tudo.

Ao corredor principal, ouvem-se os barulhos dos aparelhos apitando,
Entretanto, de segundo um a outro o mundo se silencia,
Não só o dela, mas o de todos,
Mais um par de olhos se fecha para sempre.

De recordação, uma lápide sem “vida”,
Guardando para si rancor e tristeza.
Contendo em si uma pergunta: “Who want not live forever??”
Seguida de uma resposta: “I not want...”.


Gabrielle Colturato