Comentário Pessoal
Conheci Gabriel García Marquez por meio do livro Quem é Você Alasca?. Nele, a personagem
que intitula a obra é perdidamente apaixonada pelas questões abordadas por
Marquez em O General em seu Labirinto. Tendo
em vista que Quem é Você Alasca? trata-se,
nada mais nada menos, do que meu livro preferido e que Alasca é uma
personagem-referência para mim, não sosseguei até que adquirisse o livro
favorito da minha personagem predileta.
Comprei O
General em seu Labirinto na primeira oportunidade que me surgiu. Quando o recebi, fiquei empolgada com
a ideia de, finalmente, ter algo em comum com Alasca. O que eu não previa é que
Gabriel García Marquez era muito para o meu caminhãozinho.
Apesar de nunca ter terminado nenhuma de suas obras
que possuo, arrisco dizer que Gabo, como é conhecido e chamado por alguns, é
(pois continua sendo, mesmo após sua morte) um escritor formidável. Daqueles
que conduzem seus leitores por um universo próprio. Daqueles que possuem
seguidores e apreciadores mundo a fora.
O perfil Caverna
em Cartagena, de Sérgio Vilas Boas, além de encher meus olhos de lágrimas e
meu coração de emoção, só confirmou tudo aquilo que eu já sabia sobre a
grandiosidade de García Marquez.
Nesse texto, somos, primeiramente, transportados
para Cartagena das Índias. Ao ponto que, se fecharmos os olhos após a leitura
dos primeiros parágrafos, conseguimos nos imaginar na Colômbia, “nas calçadas
das ruas estreitas, rodeadas de edificações coloniais, em que crianças e
adultos jogam dominó, xadrez, damas ou apenas ficam sentados à porta de casa
conversando com seus vizinhos enquanto o calor e a umidade do ar lhes empapam a
roupa. ” (Vilas Boas, 2000).
Conforme Sérgio Vilas Boas começa a perfilar
Gabriel García Marquez, passamos a conhecer um pouco mais o autor e, também,
suas obras. Graças a relação feita entre os acontecimentos da vida do autor com
trechos de seus livros, descobrimos, pouco a pouco, que os romances de Gabo têm
muito mais a dizer sobre sua história do que é possível imaginarmos à primeira
vista (ou leitura, no caso).
No decorrer de Caverna em Cartagena, vemos que Gabriel García Marquez era muito mais do que apenas um escritor e um jornalista. Marquez tornou-se um ícone colombiano e usufruí de seu mérito para conquistar seus sonhos, mas também um pouco mais de dignidade aos seus conterrâneos.
Análise dos Pontos Levantados
Tanto as biografias quanto os perfis possuem uma
capacidade inexplicável de nos aproximar daqueles que estão sendo descritos.
Seja por suas experiências de vida, seja por suas características pessoais,
seja por seus sonhos. Esse tipo de produção costuma aquecer o peito e nos faz
lembrar que mesmo os mais famosos são “gente como a gente”.
O texto Caverna
em Cartagena, de Sérgio Vilas Boas, encaixa-se bem nessa visão que tenho
sobre biografias e perfis. A forma como foi estruturado, dividido em partes,
cada qual sobre uma fase da vida de Gabriel García Marquez, contribuí para que
tenhamos um vislumbre completo sobre a trajetória do autor e de suas obras. Seu
tom intimista nada tem a ver com um texto jornalístico padrão, visto em jornais
diários.
É notável que temos “em mãos” o resultado de um trabalho minucioso e de uma apuração diligente. Caverna em Cartagena é fluído, é de bom tom, tem leveza e admiração.
Gabrielle Colturato
Obs.: Esse texto foi produzido para a aula de Oficina de Redação do curso de Comunicação Social - Jornalismo. Tínhamos por objetivo ler e analisar o perfil jornalístico escrito por Sérgio Vilas Boas sobre o escritor, jornalista, editor, ativista e político colombiano Gabriel García Marquez.