quarta-feira, 29 de julho de 2015

Trágedia Brutal

O fogo crepitará
E, aos poucos, queimará
Todas as cartas, todas as fotos
E torcerei para que, junto a elas,
Queime as lembranças.

As chamas devastaram-me
O incêndio será causado,
Acidentalmente arquitetado.
Apenas parte de um plano maligno, brutal.

As lágrimas, um dia, irão secar,
Mas que, por hoje, amanhã e depois,
Inunde-me inteiramente,
Cause enchentes que levem todo esse sofrimento.

Os escombros são dolorosos,
De se ver e se sentir,
Assim como todo o resto.
É só mais um trágico final,
Sem felizes, e como esperado,
Sem "para sempre".

O conto de fadas terminou,
Dando espaço para o mais novo conto de terror.
Essa é a nova realidade, a nova história a ser contada.

É a minha própria dor e infelicidade!



Gabrielle Colturato

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Sou como areia
E estou inteiramente em tuas mãos.
Suavemente, escorro por entre seus dedos,
Que, além de tudo, você faz questão de deixar abertos.
Sem nem importar-se, perde-me aos poucos.
Sem nem ligar, vai deixando que eu vá!
Sou areia que escorre por mãos espalmadas!

Gabrielle Colturato

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Aos amores que amei

Cabe ao consentimento duvidar
Das palavras que ouvi
Dos sorrisos que causei
Das histórias que vivi
Dos amores que amei.

 Cabe à saudade suspeitar
Das certezas que perdi
Dos desejos que cantei
Das nuances que tingi
E das letras que plantei.

E, se o passado, num instante eu visitar,
Sentirei, às minhas veias, o dever de elucidar
À fonte das pulsações e dos pulsares,
A quintessência de prazeres e pesares.

Ao criminoso potencial de cada lágrima, me refiro.
De cada gota de suor outrora amável, abdico
Pois a verdade é que confuso, enfim, repouso
De dores despido, por sonhos envolto.

Ao esquecimento, cabe me lembrar
Quanto às fraquezas que venci
Quanto às tristezas que ostentei
Quanto aos versos que colori
Quanto aos amores que amei.

Caio Trova

quinta-feira, 16 de julho de 2015

História de Horror

Noite escura, sem ternura
Luz da lua
Sons borbulhantes, a todo instante
E mais uma história de terror.

Carros ligeiros, sem medos
Faróis piscantes na rua
Freadas, batidas, e o silêncio.
Ôh, silêncio agonizante.

A morte está a te aguardar,
E você não temes mais,
Não quer mais esperar
Só pede, implora que ela te leve.

É só mais uma história de terror.

As ambulâncias aceleram pelas avenidas,
E vidas escoam pelas guias,
Feito chuva que inunda a cidade.

Os sons não param de gritar,
Os carros não param de correr,
E nem o tic tac, amedrontador, do relógio cessa.

Mas seu coração para de bater,
Pois a morte enfim chegou.
Acalme-se, não é necessário nenhum clamor
É só uma história e seu horror.


Gabrielle Colturato

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Ela era do tipo sem tipos

Ela não era um tipo de garota, porque, sinceramente, ela nunca se encaixou nessas coisas ou se enquadrou em algum dos tantos rótulos predefinidos. Talvez ela tenha seu estilo próprio e ele não seja como nada já existente. Ou eu que sou tolo demais e a acho mega encantadora.

Não é difícil de ver, está estampado no rosto dela, aparente no brilho daqueles olhos cor de mel e na paixão de seus sorrisos. Qualquer um que pare para ver, verá.

Ah, aquela menina! Eu tenho certeza que ela é, ao seu modo, o tipo de garota que mataria um "exército" de aranhas, lutaria contra os maníacos da serra elétrica, ameaçaria a existência de todos os tubarões da Terra. Ela seria o tipo de garota que enfrentaria todos os medos de alguém que ela amasse, pois os dela enfrentava diariamente. Mas, ah Deus, ela tinha um jeito que dispensava rótulos e "tipos", mas, mesmo sem isso, ela faria todas as coisas que lhe fossem possíveis, enfrentaria medos, tentaria e arriscaria tudo. Ela era assim.

Ela era tão maravilhosa, e não só comigo, mas com todos aqueles que lhe permitissem ser, e não duvido que ela continue sendo tão encantadora quanto antes, creio que seja até mais. Ela era tão única, e tenho certeza que continua sendo, se não para mim, para alguém. Não havia nada que aquela menina não fizesse por mim, e mesmo assim, eu a deixei ir.

Talvez as coisas se resumam assim: ela é do tipo que faz tudo o que pode pelas pessoas que ama, mata e morre, e eu sou do tipo que não soube valorizar aquela garota, que pouco ligava se ela estava matando ou morrendo.


Emeli Louise

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Efeitos

Sempre gostei de analisar o efeito de certas coisas nas pessoas, como por exemplo, o que o tempo causa nas pessoas e em seus humores. Sobretudo, gosto de analisar, não só aos outros, mas a mim mesmo.

Como seres humanos somos altamente influenciáveis, por pessoas, pelo tempo, pela vida, pelo próprio cotidiano. Sinceramente, acho hilaria está nossa situação, porém, em alguns casos e acasos, é completamente assustador.

Nós últimos tempos  tenho feito isso: paro, observo-me e chego a algumas conclusões, vezes boas, vezes ruins.

Nesses tais últimos tempos, nesses tais últimos dias em que o frio tem dominado o dia e assolado meu coração, peguei-me em um momento de redescobrimento. E dentre esse tão inquieto momento encontrei por aqui sentimentos que nunca imaginei encontrar, e me vi pensando em coisas que jamais me importei e pensei. Orgulhoso do jeito que sou diria que é um mero efeito do frio sobre mim, mas sei bem que não é.

O frio trás carência aos corpos solitários, mas hoje ele trouxe, além de tudo, a saudade para encher meu peito.  Ah, saudade que o frio trás, mas se nega a levar junto com si quando ele vai embora!

E enquanto vou observando-me. vou cobrindo... descobrindo... redescobrindo os efeitos e defeitos existentes em mim.


Emeli Louise