segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Eu. Você. E nossos All Star

Nesse mundo tão vasto em que vivemos, tenho uma leve noção que os métodos de conquistas existentes também são vastos. Há as cantadas clichês e aquela infalível técnica do "Nossa, você gosta disso? Que legal! Eu também.".

E mesmo com tal vastidão de formas de paqueras e conquistas, observo eu e você e, logicamente, nossos pares de All Star de couro.

Nunca fomos considerados, individualmente, pessoas normais. Sempre fomos rotulados pelas nossas manias,  atitudes e gostos diferenciados (malucos). E foi em meio a uma mini-população escolar que nossos (olhares) All Star se cruzaram.  O nosso processo de conquista estava começando ali, sem nem ao menos sabermos,  com nossa maluca paixão partilhada: All Star.

As ponteiras pouco encardidas de nossos tênis,  aparentemente,  não satisfeitas com tal encontro informal,  decidiram armar para seus respectivos donos... E disso nasce uma nova forma de paquera "Belos All Star!  Cano médio de couro! Até parecem os meus!".

Estatisticamente falando, duas em cada sei lá quantas pessoas conseguem se relacionar com alguém após tal investida. Dentre sei lá quantas pessoas,  creio que fomos essas duas.

Nossas ponteiras não tão sujas, já não andam mais dispersas e solitárias por entre as mini-populações que passam, e já não parecem mais tão insatisfeitas com suas condições. Acredite, sincronizam-se, sempre, por aí.

Somos eu, você e nossos pares de All Star de couro nesse vasto mundo de paqueras. E a partir da minha leve noção de conquistas, prefiro acreditar que em meio à vastidão de métodos,  não há nenhum outro melhor que o nosso. Quando não fomos só nós que nos olhamos, mas nossos All Star's também.

Emeli Louise

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

http://pensador.uol.com.br/eu_tenho_um_sonho_martin_luther_king/

http://pensador.uol.com.br/solano_trindade/

sábado, 18 de outubro de 2014

Pego-me sendo vítima dos meus próprios conselhos

E logo eu, que sempre fui a conselheira de todos, pego-me sendo vítima dos meus próprios conselhos.

O cigarro, mal fumado, já está pela metade. Os gatos, incomodados com o forte odor, miam fervorosamente em sinal de reclamação, numa tentativa falha de te acordar. E tua respiração tranquila ressoa pela casa inteira, chegando até mim. Logo o cigarro queimará por completo, e seus gatos se aconchegarão em mim de novo, acostumando-se com meu vicio. E teu sono continuará intacto.

Sentada, no chão frio do seu quintal, recordo-me das exatas palavras que disse para alguém, alguns meses atrás, referente a intensidade e duração.  Lembro que falei que não importa o tempo que algo durou, o que importa é o quão intenso foi enquanto durou. Vejo-me vítima das minhas próprias palavras.

Nossos dias, de acordo com sua "teoria", talvez, estejam chegando ao fim, e temos na bagagem bons momentos (os quais você não quer estragar com alguma bobagem impulsiva). Agora questiono-me, o quão intenso foi e está sendo? A duração não pode ser considerada extensa, mas a intensidade... É outra história.

Dentre nossos dias juntos, posso dizer com imensa certeza que, vivemos juntos intensamente. De uma maneira extremamente intensa. Entregamo-nos um ao outro por completo, ou quase isso. Mas não importa. Foi intenso a cada beijo, a cada transa, a cada momento, e até a cada briga.

O fim pode estar próximo,  assim como pode estar distante. Sinceramente não sou eu quem sabe. Porém,  estando perto ou longe, felicito-me em pensar que fomos intensos um com o outro a cada segundo que pudemos.

Suspiro.

Independente de nossos dias estarem chegando ao fim ou não, nada mais importa nesse momento do que nós dois. Nem o cigarro queimando. Nem os gatos reclamando. Muito menos o chão gelado. Nesse clima, pós sexo, tenso privei-me por uns quinze minutos do seu corpo quente junto do meu. Privei-me de nossa intensidade.

Levanto-me, e volto para debaixo de seus cobertores, não permitindo-me fazer desses quinze minutos, meia hora, ou uma, ou duas. Como bem digo, não há lugar melhor nesse mundo do que meu corpo junto ao seu.


Emeli Louise

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Há muito mais de você em mim

Eu não costumava ligar se o número de pães que eu comia era par, e nem me privava de uma ou outra beliscada enquanto meu café não ficava totalmente pronto. Nunca dei importância para essas coisas, pois no fundo elas não tem lá tanta significância.

Não costumava prestar atenção em detalhes simples ao ver um filme. Nem se o DVD deste teria comentários e bônus que fossem legendados. Mas peguei-me reparando nessas coisas.

Eu nunca liguei para os meus cabelos, e mal cuidava das minhas unhas. Não tinha manias malucas para fazer minhas coisas cotidianas, ou na forma de ir para algum lugar quando eu precisasse sair, nem me incomodava se o ônibus fosse ou não me deixar na porta desse local. E não criava ou usava bordões que só tivessem sentido para mim.

Nunca houve nada disso em mim, mas hoje, após um sono vespertino, acordei e dei-me conta que, depois de meses, há mais de você em mim do que eu poderia imaginar.

Deparei que liguei para a quantidade par de pães,  e só comi depois que deixei tudo pronto. Sem beliscadinhas aqui ou ali. E pensando nisso, reparei que ando ajeitando mais as unhas e cabelos, e dando importância para os tão essenciais extras que vem nos DVDs.

Por mais que pareça,  isso não significa que hoje sou mais você do que eu mesma. De maneira alguma. Mas acontece que, depois de um tempo com alguém,  passamos a pegar hábitos e costumes,  por mais ridículos que sejam.

E a verdade é essa, hoje, sem dar-me conta, há muito mais de você em mim.


Emeli Louise

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Transar com quem escreve, dá nisso

Desperto, de repente, em seus braços.  Tenho os cabelos duros e grudentos, tal como meu corpo que parece colado ao seu: efeitos do suor que, horas atrás,  empurrava-te para dentro de mim, e motivava-nos a mais.

Observo-lhe dormindo enquanto relembro de seu corpo em sincronia ao meu, demonstrando vontade e desejo. Seus lábios acariciando meu pescoço,  peito, barriga e, finalmente, escorregando por entre minhas coxas. Sugando-me. Chupando-me. E depois voltando ao ponto inicial, tirando meu fôlego e rendendo-me.

Suor partilhado. Beijos melados. Respiração ofegante. E corpos vacilantes, roçando-se. Lembro de cada mão e detalhe.

Levanto-me nua, vou à cozinha, tomo minha costumeira xícara de café,  e pego-me a escrever palavras soltas no papel vazio, relatando nossos desejos.

Amor, amor, transar com quem escreve, dá nisso, qualquer transa vira rabisco.


Emeli Louise.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Quem nos fere, também nos cura

Tento convencer-me que não é bom o suficiente para mim
Que meus pensamentos matutinos não são seus,
E que minha felicidade contagiante dá as caras quando estou sem você.

Tento esclarecer e por em mente que,
Nenhum momento bom contigo é capaz de
Superar e amenizar as coisas ruins,
E que nem sempre os sorrisos valem pelas lágrimas.

Todos os dias tento achar motivos e razões suficientes,
Achar coragem o bastante para desistir de todo o "nós"
E crer que o fim seria a melhor solução,
Mas por mais que eu tente, não basta.

Porque podem ser necessários vinte alfinetes para curar meu coração,
E talvez mais de seis onibus para levar minha dor embora,
Entretanto é necessário um de você para tudo isso.

Porque, por mais ilógico que seja, quem nos fere também nos cura.


Emeli Louise