terça-feira, 4 de maio de 2021

Análise de Perfil Jornalístico - Caverna em Catargena, de Sérgio Vilas Boas

Comentário Pessoal 

Conheci Gabriel García Marquez por meio do livro Quem é Você Alasca?. Nele, a personagem que intitula a obra é perdidamente apaixonada pelas questões abordadas por Marquez em O General em seu Labirinto. Tendo em vista que Quem é Você Alasca? trata-se, nada mais nada menos, do que meu livro preferido e que Alasca é uma personagem-referência para mim, não sosseguei até que adquirisse o livro favorito da minha personagem predileta.

Comprei O General em seu Labirinto na primeira oportunidade que me surgiu. Quando o recebi, fiquei empolgada com a ideia de, finalmente, ter algo em comum com Alasca. O que eu não previa é que Gabriel García Marquez era muito para o meu caminhãozinho.

Apesar de nunca ter terminado nenhuma de suas obras que possuo, arrisco dizer que Gabo, como é conhecido e chamado por alguns, é (pois continua sendo, mesmo após sua morte) um escritor formidável. Daqueles que conduzem seus leitores por um universo próprio. Daqueles que possuem seguidores e apreciadores mundo a fora.

O perfil Caverna em Cartagena, de Sérgio Vilas Boas, além de encher meus olhos de lágrimas e meu coração de emoção, só confirmou tudo aquilo que eu já sabia sobre a grandiosidade de García Marquez.

Nesse texto, somos, primeiramente, transportados para Cartagena das Índias. Ao ponto que, se fecharmos os olhos após a leitura dos primeiros parágrafos, conseguimos nos imaginar na Colômbia, “nas calçadas das ruas estreitas, rodeadas de edificações coloniais, em que crianças e adultos jogam dominó, xadrez, damas ou apenas ficam sentados à porta de casa conversando com seus vizinhos enquanto o calor e a umidade do ar lhes empapam a roupa. ” (Vilas Boas, 2000).

Conforme Sérgio Vilas Boas começa a perfilar Gabriel García Marquez, passamos a conhecer um pouco mais o autor e, também, suas obras. Graças a relação feita entre os acontecimentos da vida do autor com trechos de seus livros, descobrimos, pouco a pouco, que os romances de Gabo têm muito mais a dizer sobre sua história do que é possível imaginarmos à primeira vista (ou leitura, no caso).

No decorrer de Caverna em Cartagena, vemos que Gabriel García Marquez era muito mais do que apenas um escritor e um jornalista. Marquez tornou-se um ícone colombiano e usufruí de seu mérito para conquistar seus sonhos, mas também um pouco mais de dignidade aos seus conterrâneos. 

Análise dos Pontos Levantados

Tanto as biografias quanto os perfis possuem uma capacidade inexplicável de nos aproximar daqueles que estão sendo descritos. Seja por suas experiências de vida, seja por suas características pessoais, seja por seus sonhos. Esse tipo de produção costuma aquecer o peito e nos faz lembrar que mesmo os mais famosos são “gente como a gente”.

O texto Caverna em Cartagena, de Sérgio Vilas Boas, encaixa-se bem nessa visão que tenho sobre biografias e perfis. A forma como foi estruturado, dividido em partes, cada qual sobre uma fase da vida de Gabriel García Marquez, contribuí para que tenhamos um vislumbre completo sobre a trajetória do autor e de suas obras. Seu tom intimista nada tem a ver com um texto jornalístico padrão, visto em jornais diários.

É notável que temos “em mãos” o resultado de um trabalho minucioso e de uma apuração diligente. Caverna em Cartagena é fluído, é de bom tom, tem leveza e admiração. 


Gabrielle Colturato


Obs.: Esse texto foi produzido para a aula de Oficina de Redação do curso de Comunicação Social - Jornalismo. Tínhamos por objetivo ler e analisar o perfil jornalístico escrito por Sérgio Vilas Boas sobre o escritor, jornalista, editor, ativista e político colombiano Gabriel García Marquez.