sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Refúgio

Porque a dor tem seu lado positivo, por mais engraçado que isso possa parecer, e soar. A dor tem um lado positivo. E com ela não seria diferente. Por mais devastadora que fosse ela trouxe-me o bem. Trouxe-me o que eu tanto ansiava, na verdade, o que eu mais necessitava. Foi mais do que um simples colo, um mero conselho. Foi um passo para a mudança, foi a revelação e o encontro do meu lugar.

E por mais suspeito que possa ser. A dor teve seu lado positivo. Pois sem ela nada daquilo teria acontecido. Sem minha dor e minha angústia, eu não necessitaria de um novo refugio, e eu não encontraria e reencontraria meu novo lugar. Porque estou em busca da minha felicidade plena. Do meu próprio equilíbrio. E no desconhecido, porém muito bem conhecido, me encontrei.


Gabrielle Colturato

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Do Tumblr.

“— Cê vai ficar comigo?
— Vou.
— A noite toda?
— É. Agora dorme.
(15 min. de silêncio)
— Mor?
— Fala.
— E se a ligação cair?
— Você já vai estar dormindo.
— E se eu tiver acordada?
— Você me liga de volta. Fecha os olhinhos.
— Tá.
(10 min. depois)
— Ei, amor, está aí?
— Tô, Ju. Não vou sair daqui.
— E se o seu telefone descarregar?
— A bateria tá cheia.
— E se o meu descarregar?
— Perdeu o carregador?
— Não, mas eu tô no escuro.
— Juliana, só dorme. Tá bom? Dorme.
(Meia hora depois, a respiração dela ainda podia ser ouvida)
— Ju? Está aí?
— Tô, amor.
— Minha nossa senhora, cê não vai dormir?
— Acho que eu tô com medo…
— De ficar sozinha. Eu sei. Te conheço. Pois bem. Vou te ensinar uma coisa. Pega três travesseiros e coloca ao seu redor.
— Tá.
— Agora pega um lençol aí e os cubra. Direitinho.
— Ok, e agora?
— Agora fica deitadinha. Você tá no quadrado mágico da proteção. Fecha os olhinhos. Estou do seu lado, te abraçando, ok? Melhor agora?
— Muito melhor.
— Fico imaginando quando é que a gente vai poder dormir juntinho assim, sabe, Ju. Eu tenho esse meu jeito marrento, mandão de ser, você sabe, mas eu sou pura manteiga derretida por dentro. Não consigo dormir enquanto você não dorme, tá ligada? Parece que qualquer coisa vai te acontecer e eu não vou estar por perto pra te proteger, sabe assim? E eu não suporto a ideia de alguma coisa atingir a minha pequena. É isso que você é, tá sabendo, Ju? (silêncio) Ju?
(Ele ouvia apenas a respiração lenta, quase inaudível da garota.)
— Ih, dormiu. — desligou o telefone e continuou falando sozinho, como que pra si — Missão cumprida. A princesa está salva.”
O quadrado mágico da proteção.  


Chorei

Aqueles olhos amendoados me encaravam com um brilho sem igual. Aqueles braços me traziam todo o conforto do mundo. E por mais que meus problemas se resolvessem, magicamente, em seus braços, me peguei chorando. Chorando como criança de quem roubaram alguma guloseima. Feito criança que chora, que soluça e que chega a faltar o ar. Eu não sei por que, mas eu chorei entre aqueles braços "meigos", encostada naquele ombro. Nos braços, e no ombro de quem eu nunca imaginei poder chorar daquela forma. Talvez eu chorasse por saber que aquele conforto duraria pouco. Que aquela quentura, que aquele amor, que aquele carinho logo seria interrompido pela voz aguda de alguém que estava no corredor, provavelmente do professor.

E seu conforto poderia tirar todas as minhas dores, todos os meus medos, todas as minhas angustias. Aqueles braços fariam eu desistir de todas as fraquezas e possíveis recaídas que me levassem à "coisa ruim". E foi por isso que chorei, por saber que eu poderia me permitir a essa grandeza de seus pequenos braços, mas que por mais que eu quisesse não teria o privilegio de viver no conforto daqueles "doces" braços aquarianos. 


Gabrielle Colturato

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Você Sou EU

É fácil perceber que seu mundo esta desabando. Que as paredes do seu refugio já não suportam mais as diversificadas rachaduras e estão prestes a ceder, e que nada nem ninguém pode te ajudar, que não basta estar cercada de milhares de pessoas. Elas não lhe ajudarão em nada. O mundinho banal delas é tão perfeito, não é mesmo? Para que sacrificar todo esse "País das Maravilhas" por você. Ninguém faria isso, e além do mais? Porque fariam isso por você? Justo você.

Suas lâminas são tão mais fáceis. Tão mais úteis. Tão mais praticas. Elas não precisam falar, nem te aconselhar a nada, basta estarem ali, ao seu dispor. Elas não lhe julgam. Elas não te culpam. Elas não te destroem com palavras. Elas só te lembram de que você, infelizmente, ainda vive. Que seu pobre coração ainda bate, apanhando.

Sua vida vale tanto assim? Vale todas as palavras maldosas que já ouviu? Vale as brincadeiras de mau gosto direcionadas a você? As insinuações de que tudo seria melhor sem você ali? Sua vida vale essa dor interminável? Vale cada sofrimento, cada lágrima, cada aperto no peito, cada momento de sufoco? Você acha, sinceramente, que vale mesmo a pena viver dessa forma, aos trancos e barrancos? Sendo um peso na sua própria vida, e na vida das pessoas ao seu redor. Você nem vale tudo isso. E nunca valerá, pois você é um nada para si mesma, e a partir disso, se tornará um nada para os outros.

E você... Você sou eu. Com todas as dores, com todo o sufoco, com todas as tentativas frustradas de dar paz a si mesma. Sabemos bem o quanto a morte seria agradável, o que ainda lhe prende? O que ainda lhe segura nessa crueldade a quão não merece viver? Meu coração é puro de mais para ser surrado dessa forma, e eu sei disso. Só me falta coragem de partir.



Gabrielle Colturato

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Velha Historia

As mesmas fotos, as mesmas músicas, as mesmas inúteis lembranças que me arrebatam mais uma vez. Aquela velha historia de querer não é poder. E que quando podia, eu não queria. Aquela velha historia feita com um inicio totalmente mágico e diferente dos outros, mas que nos reservou o mesmo fim trágico, que sempre vem acompanhado daquela saudade miserável que sua ausência sempre me causa.

Agarro-me às angustiantes lembranças de nós dois, e penso o quão burro fui quando permiti que você partisse. Culpa. A imensa culpa. Gostaria que fossem das estrelas, mas é minha. E ali deitada, observando um mundo e uma vida ao meu redor, ela deu as caras, abraço-me, deu-me colo, e pouco depois me pôs para dormir. Eu adormeci com o peso da culpa de você não estar mais aqui. Com a dor de saber que era ela, e não você que me poria para dormir.

E por mais que eu saiba que, provavelmente você não voltará, aqueço-me com a ideia de que você quer, mas talvez não possa. De que você precise tanto de mim quanto de você. E que você não necessite de mais nada que não seja eu. Pois você é aquele tipo que não completa, que transborda. Que me dá vontade da vida, porque quando estou contigo, você é minha vida, e você vale tanto a pena.


Gabrielle Colturato

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Anexação Finalizada.

     Essa semana comecei a me dedicar à uma anexação de todos os textos do blogger, salvando-os no computador. Foram 189 textos salvos. Nem todos foram lidos e corrigidos, pois meu foco principal era salva-los no computador. Mas com certeza começarei a corrigi-los o quanto antes, afinal, eu cometia tantos erros ortográficos.
     Por mais cansativa que tenha sido essa etapa de anexação, pois não é fácil abrir tantos textos, ir de Ctrl C no blog + Ctrl V no Word, organizar pasta, nomear e datar tudo certinho, essa etapa foi imensamente emocionante e importante para mim. É incrível dar uma olhada nesses textos que me definem por completo, e ver toda a evolução na forma de escrita, na forma de expressão, na forma como eu expunha o que eu sentia e pensava e na forma como exponho atualmente. Foi, e esta sendo maravilhoso sentir, e relembrar todas as coisas que fizeram com que eu escrevesse cada texto.
     Eu me sinto imensamente agradecida aos que ainda acompanham o blogger, aos que sempre acreditaram no meu potencial e talento para a escrita, aos que me apoiaram, e até mesmo aos que duvidaram da minha capacidade. Hoje, nesse exato momento, me sinto orgulhosa de mim mesma por todos os mais de 189 textos que compartilhei com vocês neste blog.

Muito obrigada.

Doce Mel

Consegui, com facilidade, visualiza-la sentada na frente da tela do computador com seus olhos cheios de lágrimas. Consegui visualizar aqueles olhos cheios de desespero e dor, e aquela feição de abandono. Mesmo estando distante. Mesmo sem conhecê-la. Mesmo estando em frente à outra tela de computador. Eu consegui. E além de visualizar, senti sua dor junto com ela.

Menina doce como mel, de mente e alma pura. Destroçada, tão cedo, por um lobo mal. Destruída, tão repentinamente, pela ilusão de um belo e verdadeiro amor. Historia trágica, pique Romeu e Julieta. Porém, ainda mais trágica. Amor muito bem proibido, pois amores falsos não merecem ser permitidos.


Gabrielle Colturato

Submerso em Gelo

Seus cabelos escuros escorriam junto à curvatura definida de seu corpo nu. Tinha uma pele pálida e meio azulada devido as veias aparentes, e seus lábios carnudos deixavam-na com uma fisionomia vulgar. Havia me seduzido em uma mesa de bar, parecendo uma prostituta suja e barata, com mentirosos olhos azuis que mostravam inocência, ao contrario do que sua saia justa aparentava...

Agora, deitado nessa cama fétida de motel, observando-a, percebo a rigidez e tensão presente em sua feição, mesmo com a péssima iluminação que os postes do outro lado da rua me fornecem. Seus traços tensos mostram-me que me precipitei ao achar que essa deslumbrante mulher fosse uma prostituta medíocre. Começando que esta longe de ser uma puta, e se fosse, estaria mais longe ainda de ser uma meretriz de má qualidade.

Naquela mesa de bar revelou mais de si em uma hora, do que minha ex-mulher revelara em sete anos. Acabei descobrindo que, na realidade, nojenta mesmo era sua historia, e não ela. Se aquela mulher fosse podre como imaginei que fosse, teria cedido em minha primeira tentativa de leva-la para um lugar qualquer para poder comê-la, entretanto só acabou cedendo depois de diversas tentativas.

Acabei permitindo-me ser guiado para este lugar malcheiroso ao qual ela chama de "lar". Um motelzinho barato, próximo ao bar em que havíamos nos conhecido mais cedo, onde morava graças a uma "troca de favores".

Levanto-me cuidadosamente da cama e visto minha cueca. Esse seria o momento ideal para pegar minhas coisas e dar o fora daquele lugar, porém algo aqui me dizia para ficar, para deitar naquela cama e aguardar ela acordar.

Penso. E por fim decido ficar. Porém, antes de voltar à cama, acendo um cigarro e fuço na geladeira na esperança de encontrar, pelo menos, algumas latas de cerveja. Iludido. Geladeira vazia. Termino meu cigarro. São quase quatro da manhã. Deito-me na cama o mais próximo possível daquele corpo delicioso, do qual esperava poder degustar mais tarde novamente. Pensando nisso, lembro-me que não sei o nome dela, porém acabo pegando no sono e esquecendo esse mero detalhe. Descubro quando acordarmos.

     ...
     ...
     ...

Quando entreabro meus olhos, sinto-me fraco, e... E gelado. Tento levantar, mas sinto-me indisposto. Abro meus olhos por inteiro, e dou-me conta daquele cenário horripilante. Estou imerso em gelo. Ao tentar me mexer novamente, sinto uma dor enlouquecedora. Estou dentro de uma banheira de motel submerso em gelo.

Consigo ver a porta entreaberta, e com grande esforço tento escutar algo, e vagamente escuto. Parece a voz da deslumbrante e sedutora mulher com quem passei a noite. Aparentemente esta cochichando ao telefone. Tento chama-la, mas meu esforço é em vão, porém, vindo do vão da porta, ouço:

"— Os rins já foram agora só falta tirar o resto dos órgãos que nos podem ser úteis". 

Dou um suspiro após dar-me conta do que fui vítima. Traficante de órgãos. E antes de fechar os olhos novamente, sussurro para mim mesmo: "— Antes tivesse caído fora daqui enquanto essa filha da puta dormia".


Gabrielle Colturato

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Nostalgia

Uma tarde normal como tantas outras já vivenciadas por nós. Aquele velho ritual: sentados ao portão de casa, você ao meu lado esquerdo e ficando apoiado no portão. Minhas pernas estiradas e enroladas entre as suas, como de hábito. Éramos um desengonçado emaranhado de nós.

Como sempre, também, ouvimos música. Pollo, Fresno, Demi Lovato, Ed Sheeran e alguns outros artistas que não me recordo. E claro, como de costume, os funk's esporádicos que colocou para me provocar. Posso detestar isso, mas te amo por isso. Mas enfim, foi bom eu controlar nosso som, e pode ter parecido errado, entretanto foi sábio da minha parte selecionar “A Thousand Years".

Nada pareceu mais certo do que aquele momento, eu e você, ouvindo “A Thousand Years"enquanto eu debruçava e lhe abraçava preguiçosamente, repousando calmamente próximo ao seu pescoço. Eu dormiria ali, por horas e horas a fio. Sem ligar para nada, nem para ninguém. Pois sinceramente, não a lugar mais calmo e mais tranquilo que ali.


Gabrielle Colturato

Esta é minha vida...

Mais ou menos 60 km/h em uma rua qualquer, caminho da minha casa para um barzinho qualquer, e vice versa. Nos falantes em volume máximo, Bon Jovi em minha amada "It's My Life". No refrão, sendo mais exata. E eu cantando juntamente a ele com todas as minhas forças. Com toda a vida que eu poderia dar àquela simples música.

O desejo da morte vem aos nossos pensamentos nesses momentos, pois sinceramente, seria um prazer contemplar minha querida Morte, deslumbrante em suas vestes negras, ao som de "It's My Life". Pois esta é minha vida, e eu já estou cansada de vivê-la como vivo.

E naquele refrão, naquele momento de pura euforia, eu gostaria de estar bêbada o bastante e ter coragem de abrir os braços e abraça-la, abrindo a porta daquele carro, e gritar ao mundo: "Esta é minha vida, e eu entrego-a a ti, Morte". Ou melhor, torcendo para que, talvez, outro carro chocasse com o nosso, e todos partissem comigo. Ou apenas eu, bastaria para mim.


Gabrielle Colturato

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Pré Conceitos

Gaaalera, postei esse texto a um bom tempo em uma página do Facebook que administro, e acabei cometendo a falha de não postar aqui. Grande falha a minha. Entretanto, por mais que esse texto tenha sido escrito, e publicado dia 16 de novembro de 2012, continuo, e sempre continuarei com esse pensamento. Confiram:


Acho que estou passando por um momento da vida que qualquer coisa me deixa revoltada, mas acho que a atitude de algumas pessoas sobre o que vou falar é algo que deve ser analisado.

No mundo, muitas pessoas tem preconceito, ou de negros, ou de homossexuais, ou bissexuais, ou pessoas gordas, enfim, tem preconceito de alguma coisa, e isso me entristece muito (e me revolta), pois as pessoas não aceitam as escolhas ou condições dos outros.

Nos encontramos em pleno século XXI, e ainda existe essa coisa de pessoas precisarem de aceitação na sociedade?? Aonde iremos chegar com isso, cara.

Imagine, se por exemplo, você, que tem preconceito, fosse um homossexual, ou um negro, ou um gordo, enfim, e frequentemente ouvisse piadinhas, ou se visse em uma situação de rebaixamento social por causa, ou da sua cor, estatura física, ou escolha sexual. Você iria achar isso um máximo como você acha hoje?? Você iria achar isso maravilhoso, e incentivador?? Acho que não.

Desde criança aprendi a nunca fazer aos outros o que nunca gostaria que fizesse a mim. Então, quer dizer que você gostaria de ser vitima de preconceito diante a sociedade?? Se não, comece a pensar nos seus atos, e ver se eles lhe agradariam se a situação fosse inversa.

Aonde já se viu isso minha gente?? Agredir homossexuais. Dizer que negros são macacos ou qualquer coisa do gênero. Isso não só é crime, mas uma falta de caráter, respeito e bom senso. E tudo isso é algo que não aprendemos na escola, ou achamos no Wkipédia, isso é algo que temos que ter conosco sempre, e em todas as situações.

Se não gosta, é um direito seu, pois cada um tem uma opinião e uma visão do mundo, mas você deve, no mínimo respeito às pessoas que tem uma visão diferente da que você tem. É tudo uma questão de ponto de vista, de opiniões, de escolhas, de como cada um vê a vida e o mundo ao seu redor, e por mais diversificado e amplo isso tenha se tornado, temos que respeitar, para que possamos ser respeitados. Não quero que mudem suas opiniões, mas que, primeiramente, e acima de tudo RESPEITEM; e depois parem, pensem e aceitem que nem todos são iguais a você.

Não estou pedindo para concordarem comigo, mas que pensem um pouco com essas atitudes que muitas pessoas veem tendo. Pois dizem que o mundo esta perdido, e eu concordo, mas concordo por motivos bem diferentes do que estão sendo expostos por aí. Pois, sinceramente, se continuarmos tendo uma mente fechada, acabaremos nos tornando uma massa ignorante e manipulável, algo que ao meu ver, já esta dominando.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Buracos

São mais do que feridas,
São buracos.
Causados pela ausência de uns,
E pela partida de outros.

Estive tentando tampa-los
Com coisas e pessoas.
Pura banalidade.

Tais não podem ser desfeitos e arrumados.
E os poucos que podem, não valem tanto a pena.
Pois, por mais que sejam tampados,
Nada mais será como era.

E tudo se tornará um erro,
Cada tentativa será errada.
E agora, até sobreviver parece um erro.
É... Eu viver é um grande erro.


Gabrielle Colturato

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Sangue Frio

Sua pele pálida contrasta com o tom rosado d'água,
Água esta, tingida pelo tom vermelho escuro de seu sangue
Deixando seu corpo em um tom de dor.

Seus pulsos ardiam, e até que doíam um pouco
Mas dor alguma era maior que a de um coração partido.
A respiração ofegante entregava seu choro sufocado a tempos
E o sangue que lhe cercava, entregava seus novos cortes.

Uma carta suicida havia sido deixada sobre a cama,
A música tocava incessantemente em seu rádio.
E mais uma vez ela estava ali
A um único passo para poder, enfim, partir.

O desespero, junto ao sangue voltaram a deslizar pelo seu corpo
Suas mãos tremiam, e seu olhar assustado encarava aquela lâmina fria.
Em sua carta pediu apenas por amor,
Amor este que será fornecido tarde demais.

Pois mais uma vida se vai,
Mais um corpo se choca no chão manchado de sangue.
Afogada em angustias de sua própria vida,
Acabou se afogando no seu próprio sangue.


Gabrielle  Colturato


“Chega a ser hilário.

Desde pequena eu te via como um herói, como “o cara”, que talvez mudasse minha vida, ou que, talvez, eu nem chegasse a conhecer face a face. Mas sempre foi, o cara da minha infância, do inicio da minha adolescência, e de agora. E, sinceramente, chego a pensar, que por mais que anos e anos se passem, e que outros “caras” entrem na minha vida, você sempre vai ser “O CARA”. Talvez isso seja o resultado de você ter sido o primeiro a fazer meus olhinhos brilharem, e era com uma foto. Eu não compreendo, pois isso esta muito além do meu conhecimento. Mas eu sei que é você, seja como for, é você. Como amigo, como companheiro, como um irmão, como meu eterno herói. Mas é você. E agradeço por ser você o ridículo que me salva nas situações mais bizarras, que me aguenta (às vezes, quase sempre), e que até se dispôs para me dar colo. Mas, eu agradeço em primeiro lugar, por ser você esse cara, e não algum outro qualquer, que não seria capaz de fazer nem metade do que você consegue fazer espontaneamente.”
i-9nove, Gabrielle Colturato.