segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Moment Unique

O vento batia em seus cabelos e secava as lágrimas,  a pouco, derramadas. Seu coração batia fortemente, e borboletas festejavam em sua barriga,  causando um gostoso friozinho por todo o corpo, aquela típica sensação que momentos inexplicáveis, e sem iguais causam.

A moto desviava pelo trânsito,  suavemente, causando um novo arrepiar a cada curva e, juntamente, com os quarteirões e esquinas, as mágoas eram deixadas, aos poucos, para trás. Esquecidas e levadas pela briza gélida, dando espaço para uma emoção jamais sentida e vivida. 

O medo lhe invadia, sorrateiramente, espalhando-se por todo o seu corpo, desde a ponta de seus pés até sua cabeça. Porém, da mesma forma que ele tomou-lhe por inteira, dissipou-se completamente, subitamente, deixando em seu lugar apenas alegria, e um doce gostinho de realização, como se, naquele instante, pudesse explodir tal como fogos de artificio.

Pelo retrovisor, era visível a alegria que sentia naquele momento, e a calmaria que este lhe causava, inesperadamente, pois um lindo sorriso estampava seu rosto que, pouco antes, manchava-se pelas lágrimas incessantes. O ar fresco lhe enchia o peito, tranquilizando-a, e transbordando-a. 

Naquele curto percurso, sentia-se como um pássaro livre que alçava voo pelo límpido céu escuro. Naquele momento, sentia-se infinita, como jamais se sentira antes, e como, imaginava, nunca mais sentir-se. Seu coração batia afoito, juntamente com o dê seu guia, o guia da moto, mas também o guia que a cada abraço e sorriso lhe erguia.

E, acompanhando a felicidade, vinha a imensa gratidão, está que, acima de qualquer coisa, assomava seu coração.


Gabrielle Colturato


domingo, 15 de novembro de 2015

Things Of The Heart

Há diversas formas de um coração ser partido, jeitos e formas inimagináveis de conseguirem tal feito, de despedaçarem todos os sentimentos existentes no coração de alguém... Naquele momento seu coração partiu-se em múltiplos e infinitos pedaços.

Estava sentada à frente da dura verdade, da martelada final e decisiva. Os fatos acertavam-lhe como uma fria e dolorosa bofetada no rosto que doía cada vez mais. As palavras iam lhe atingindo de forma surreal e, a cada segundo, desejava que tudo fosse apenas um intenso pesadelo que passaria assim que ela acordasse.

Naquele momento, frente a frente com os fatos, umas das melhores partes ainda existentes dentro de si lhe foi arrancada, às forças, sem ninguém se importar, sem que ninguém pensasse o que toda aquela situação iria lhe causar.

Subitamente, de um instante a outro, foram abrindo um imenso buraco dentro dela, deixando apenas um interminável vazio no lugar, como um abismo frio e sem fim. Pisotearam, bruscamente, o lar de seu mais belos sentimento: seu pobre e ingenuo coração, esmagando-o e sugando dele toda a doçura que nele existiam. 

"Querido, alguma vez já sentiu como se, com um único gesto ou com meras palavras, alguém conseguisse arrancar de você uma das coisas que mais lhe é importante? Pois é, estou me sentindo assim nesse momento!", dizia ela.

As lágrimas escorriam incessantemente pelo seu rosto pálido, e seu corpo fraco tremia. Tudo lhe foi tirado devido a um mar de comentário maliciosos, tudo aquilo que, nos últimos tempos, lhe dava forças. 

Não poderá mais desfrutar e com ele compartilhar sorriso. Não poderá abraça-lo e nele achar toda a proteção que um pai pode lhe oferecer. Não poderá mais correr até ele nos dias difíceis suplicando por seu colo reconfortante. Nem receberia mais os doces afagos que ele oferecia quando percebia, com um simples olhar, o quão ruins as coisas estavam. 

Ninguém percebia o tamanho do estrago que estavam lhe causando ao destruírem sua pequena fortaleza.

Em meio à toda aquela confusão a que fora submetida, pensava em tudo que as pessoas ao seu redor eram capaz de fazer, nas mentiras que eram capazes de falar mesmo sem ter conhecimento algum da verdade! "E mesmo sem saberem de nada, sem a conhecerem, sem terem acompanhado cada passo, eles foram capazes de arrancar de mim os gestos que eu mais preciso, dia após dia, nos dias bons e, principalmente, nos ruins!", pensava ela, frente a frente com a verdade.


Gabrielle Colturato

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Sinceros Versos Singelos

Tens um sorriso resplandecente
Que encanta multidões, 
Um abraço envolvente,
Que acalma corações. 

Contém no olhar, a mais bela alegria,
E em seu falar, toda uma simpatia.
No seu coração, há todo o amor do mundo,
E a cada gesto, é uma demonstração de carinho profundo. 

Doce, da forma que só tu consegue ser,
Forma está, que é fácil perceber!
És único, isto eu posso lhe dizer,
E bobos são os aqueles que não conseguem ver!

Oh Meu Deus, como é grande minha sorte, 
De ter, ao meu lado, alguém tão importante!

Mais que apenas um mestre
És amigo! Companheiro!
(e se me permitir falar)
És praticamente um pai!

Palavras são poucas para agradecer, 
Por isso, faço estes versos para lhe oferecer!
Versos que são até singelos,
Mas que são, acima de tudo, sinceros.


Gabizinha ♥

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Negra, Mulata

A pele é escura, 
Os seios são fartos,
E o cabelo é todo enrolado,
É crioulo!

O corpo é pomposo,
Por si só,  escandaloso.
Imã de olhares perigosos, 
E comentários maldosos.

"Olhem só,  a vaca leiteira!"
"Lá vem aquela escrava negra!"
"Tão vendo a pixaim?!"

E continua andando,
Chacoalhando o quadril,
Com os seios balançando
E, a alguns, hipnotizando!

"Olhem só aquela mulata!"
"Lá vem ela toda pomposa!"
"Estão vendo-a? Que gata!"

Para uns a negra suja,
A outros, a mulata gata!
Tratada por uns, com todo o preconceito,
Mas por outros, com todo respeito!

Respeito este que é digno de todo ser humano!
É mulher!
Pois é! É negra, mulata! 
E também digna de respeito!

A escravidão já foi abolida,
E ela que é negra deve ter os mesmos direitos,
Que tem as branquelas metidas a besta
Que tem os trouxas que dominam o Parlamento!


Gabrielle Colturato

sábado, 19 de setembro de 2015

De Saída

Durante quanto tempo avisei? Eu só implorava por algum afeto e uns poucos motivos que me mantivessem por aqui. Só queria sorrisos espontâneos,  beijos que fossem declarações, abraços que guardassem. Todo o banal afeto que um coração partido precisaria receber.

Quantas vezes avisei? Só queria que a vontade de permanecer junto fosse maior que os temores causados por amores passados, que o ter-me fosse sempre o x da equação na qual nos enfiamos, e que não houvesse tantas coisas mais importantes que darmos certo.

Lembra-se o quanto pedi? Eu não queria mais do que um muro para me cercar e me proteger, é claro que não era nada além de te querer, e desejar que nada interferisse no castelo que montamos, e que eu precisava, mais do que tudo, daquela fortaleza.

Durante quanto tempo e quantas vezes avisei? Lembra-se? O quanto pedi? Agora diga-me o que fez, quais foram suas decisões a respeito, as melhorias que eu tanto precisava? O que fez? Nada.

Eu avisei, inúmeras vezes, durante um tempo incansável,  e agora não resta mais nada, não sobrou mais motivos que me mantenham por aqui... Chegou a hora de partir, está tudo acabado. E agora, não adianta mais mudar, nem mesmo implorar, ou olhar-me com olhos marejados que demonstrem dor e sofrimento, não adianta nem chorar. Minhas malas já estão feitas, e estou de saída para jamais voltar.


Gabrielle Colturato.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Catuaba & Bananada

Dono das curvas mais exuberantes,
Daquelas que causam invejas em muitas.
Tem um rebolar hipnotizante,
Que atraí olhares alucinantes.

Dentro de si, há a almas mais pura,
Brilhante como púrpura.
Macho? Macho à boa forma dele,
Corpo de homem, mas outros agradam a ele.

Sorriso que contamina multidões,
E há em si toda uma mágica paixão
Em suas falam, em seus olhares, em seus atos,
Por todo seu corpão violão!

Sua doce favorita? Catuaba,
A única que se faz dona do seu coração,
Mas na hora da banana,
São outras coisas que lhe prendem a atenção!

Hummmm!

Tem corpo de homem, mas não é homi não!
É homo! Como todos... HOMO SAPIENS! 
Porém, é também homossexual, e com orgulho fio!
Leva pra lá seu preconceito,
E ponha paz e amor no seu coração!  


Gabrielle Colturato
Texto dedicado e feito, especialmente, ao meu amigo Felipe "Poulter".

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Devaneio Libertino

Lembro-me de nossos corpos enlaçados, nossas respirações compassadas, do calor de seu corpo sendo transmitido ao meu. Lembro-me de cada detalhe, do vento batendo, insistentemente, na janela, do amontoado de cobertas que cobriam-nos parcialmente, deixando parte de nossos corpos nus para fora, das carícias e dos beijos que distribuía por todo o meu corpo despido, dos seus toques calientes. Cada mínimo acontecimento volta-me a mente.

Juntos, em nosso ápice de intimidade, vivemos e compartilhamos momentos únicos que tornam-se melhores a cada vez que damos a nós mesmos o prazer de desfrutar um ao outro.Momentos que instigam ainda mais nossa louca vontade de repeti-los.

Deitada, absorta pelas músicas calmas que dançam em meus ouvidos, revivo cada um dos seus toques, toques dados de olhos fechados e sorriso bobo, toques que deu-me sem preocupar-se em ver, pois conhece cada centímetro de meu corpo e casa uma das artimanhas necessárias para instigar cada parte dele.

Suas mãos, que deslizam pela minha nuca, acariciam minhas costas e desfrutam de todo meu corpo, acendem desejos que não tenho pudores de lhe mostrar. Entre as quatro paredes de seu quarto, somos eu, você e todo o tesão que, a cada toque e resvalecer, aumenta mais... Dominando nossas ações e tirando nossos sentidos.

Deliro com o doce devaneio que leva meus pensamentos à ideia de, mais uma vez, poder deitar meu corpo gélido sob seu corpo fervente, causando o mais delicioso choque térmico em nossos corpos, vivendo mais momentos de êxtase, e saciando-me com a excitante sensação de ter-lhe em mim.

Delicio-me, então, com meus loucos devaneios despudorados que alimentam meu corpo, e dão assas aos meus desejos libertinos.


Gabrielle Colturato

Partindo

As memórias foram guardadas,
Em um profundo baú,  foram trancadas,
Isoladas para que não sejam mais lembradas.

Todas as cartas escritas,
As fotos tiradas e reveladas,
E, até mesmo, as emoções,  inutilmente, declaradas.
Todos os momentos, aos poucos, foram esquecidos.

Estou partindo, e não deixarei vestígio de mim!
Aproveite o agora, antes que seja tarde,
Pois depois que partir, não tenho pretensões de voltar.
Partirei e não restará mais nada.

Já foi tudo esquecido, e deixado de lado
Não há mais nada que segure-me aqui
Então decida-se, ou dê-me motivos para ficar,
Ou deixe-me, de uma vez por todas, partir.

E quando eu for, queime tudo,  se assim quiser
Tire-me por completo de dentro de si,
Guarde seu ódio e arrependimento consigo,
Porque dentro de mim não há mais espaço para isto.

Mas lembre-se que eu fico por qualquer demonstração de querer,
Então basta me dizer!
E tudo será como tem que ser,
Não precisamos temer!


Gabrielle Colturato.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Sedento Desejo

A chuva despencava, batendo de forma insistente contra a janela de madeira velha, causando um barulho ritmado por todo o quarto escuro e semi quieto. Preenchendo o silêncio, acompanhando a chuva, nossas respirações ofegantes e compassadas causadas pelo simples fato de nossos corpos nus se manterem grudados.

Deitada de bruços sobre seu peito quente, delicio-me com suas sorridentes feições sonolentas e com o excitante deslizar de suas mãos firmes sobre minhas costas,  despidas de qualquer tecido, mas coberta de toda a quentura que nossos corpos transmitem um ao outro. Suas carícias arrepiam-me por inteira, excitando-me instantaneamente, e atiçando os instintos mais sacanas existentes em mim.

Entre sorrisos perversos, nossos lábios deslizam e se tocam lentamente, tornando-se o estopim para que realizemos nossos desejos e devaneios carnais, incentivando nossos corpos,  distintos, fundirem-se e tornar-se um único.

Somos apenas dois corpos e almas que transformam-se em um único corpo guiado por um só movimento, por apenas um sedento desejo.


E, por fim, nossos corpos se unem, sem pudores, em um ritmo sincronizado, abafando a chuva inquieta que desmorona lá fora e aquecendo o frio que, dias atrás,  fez-se dono de nossas almas. Somos, então,  dominados pelo que mais queremos, conseguindo, enfim alimentar e  saciar nossa maior vontade: ter-se um dentro do outro, por inteiro, em corpos e almas.


Emeli Louise.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

O que eu sou?

Ouvi uma voz
Uma voz dentro da minha cabeça
Esta voz dentro de minha cabeça é nada mais, nada menos do que eu
E o que eu sou?

Um humano, talvez essa seria sua resposta
Mas esta é somente a minha espécie, não o que eu sou
Alguns diriam que eu sou um homem
Mas este é apenas o meu gênero, não o que eu sou
Outros prefeririam dizer que eu sou um louco
Mas este é somente o meu estado psicológico, não o que eu sou

Mas então, o que realmente eu sou?
Eu sou a indagação, sou o silêncio
Eu sou digno de aprender
No momento eu que eu deixo de me caracterizar
Eu passo a ser eu
Na forma mais pura e sincera

Então, se entendes o mesmo que eu
Tu és tu
Ou tu és apenas um outro eu?


Carlos Vinícius Custódio 

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Reflexos

Acompanho meu reflexo refletindo
Sem espelhos, sem águas
Me reflito nos olhos de quem pode ver além da carne
Sou o reflexo que você imagina
Sou luz calorosa e reflexiva em noite fria
Mas sou reflexão fria nos dias chuvosos
Frio como a escuridão dos olhos cerrados
Quente como o trocar de olhares apaixonados
Já fui passado, sou presente e serei futuro
Serei a salvação junto à perdição
Sou tudo que você já conhece
Mas de uma maneira a qual você nunca viu
Sou reflexão de cada ser
Por fora sou doença
Por dentro sou cura
Reflexos de luz pura
Sombras de trevas ocultas
Neutro
Diferente é igual
Entre reflexos de semelhanças
Serei sombras de diferenças.


Carlos Vinícius Custódio.

domingo, 6 de setembro de 2015

E se for, será

Caso for está a saída,
Eu aceito-a sem pestanejar.
Independente da dor que,
Com certeza, tal irá causar.

Se esta é a solução,
O caminho que devemos seguir,
Disponho-me a segui-lo
Para que possamos ser, verdadeiramente, felizes.

Se a distância for a cura,
Pego-me e vou embora, sem hesitar,
Por pior que possa ser a principio,
Eu vou, pode acreditar.

Pois meu desejo maior é que a felicidade
Esteja presente em nossas vidas,
E se para isso for necessário nosso fim,
Sacrifico minha vontade de querer te-lo comigo, 
De te-lo, para sempre, ao meu lado.

E caso tiver que ser,
Caso tivermos que ficar juntos,
Se este for, de fato, o melhor para nós dois,
Em algum momento o será. 

Se tiver que acontecer, irá,
Não me pergunte como, quando, nem o lugar,
Mas eu acredito que se em algum momento tiver que ser, será
E ocorrerá como tiver que ocorrer.

Mas, por hoje, aceito o fim... Por mais que doa,
Disponho-me a partir, para que possamos nós encontrar
Em algum lugar, ou em alguém.

Mas que encontremos a felicidade,
E sejamos felizes.
Independente de como, ou onde.


Gabrielle Colturato.

Emoção por Razão

Quem pensa é o cérebro
Quem sente é o coração
É o coração quem mostra os caminhos da felicidade
É o cérebro quem mostra as trilhas do sucesso
Mas ser feliz não é ser bem-sucedido?
Benditos sejam os tolos que têm coragem pra dizer o que sentem
Já que os sábios observam tudo em silêncio
É o silêncio quem precede o perigo
Então cantemos como bobos para afastarmos os males
E já que o tempo de incertezas é certo
Façamos o errado e vivamos um dia de cada vez
Como seres humanos dotados de alma livre
Dotados de sentimentos
Sejamos sensíveis
Sejamos terríveis
Sejamos impossíveis
Sejamos felizes sem contar com a aurora seguinte.

Carlos Vinícius Custódio.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

In Shambles

Meu coração está partido,
Mas ninguém é capaz de perceber.
Estou completamente perdido,
Não conseguem ver?

Fui destruído na noite passada,
Minha alma agora está despedaçada.
Estou preso aos meus próprios medos,
Solitário em um mundo que não pertenço.

Deixei pedaços meus pelo caminho
Enquanto buscava meu rumo, sozinho.
Estou dividido em pequenos fragmentos
Causados por todo o sofrimento
Que há aqui dentro.

Ninguém se dá conta do que está acontecendo;
Ninguém enxerga o quanto estou sofrendo;
Ninguém percebe meus olhos inchados,
Nem mesmo meu corpo cansado.

Aconteceu ontem a noite,
Meu coração foi despedaçado,
E fui deixado em frangalhos.   


Gabrielle Colturato

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

O Poder Musical

(redação feita para aula de Português baseada em um instruções de um "Laboratório da Redação" do Colégio Objetivo fornecido pela Professora.)

Presente na vida de, praticamente, todo ser humano, sendo plano de fundo para o cotidiano de cada um. O que seria de nós sem a música? Esta que define momentos, muitas vezes, inexplicáveis, trazendo sentidos e respostas para nossas vidas e, de certa forma, dizendo-nos exatamente aquilo que precisamos ouvir em determinadas situações. 

Combinação de sons que explicam, de forma única, sentimentos, angústias, medos, alegrias e dores. De acordo com o neurocientista norte-americano, Daniel Levitio, a música foi, e continua sendo, um grande passo à revolução humana, tendo o poder de mudar culturas e influenciar gerações. Ela é a mais bela e singela expressão do que temos dentro da alma, no mais profundo íntimo.

Acolhedora quando nada nem ninguém é capaz de fazê-lo. Capaz de curar quadros de depressão e, segundo médicos, em determinados aspectos, ajudar, até mesmo, na reabilitação de pessoas que sofrem de amnésia.

Platão alega que a música é um instrumento educacional mais potente que qualquer outro, Nietzsche diz que sem ela a vida seria um erro, Browning afirma que quem ouve música sente sua solidão ser povoada. Como contestar tão grandes pensadores?

Concluo que, como Huxley mesmo diz, a música é o que mais se aproxima de expressar o inexprímivel. Não é algo que se possa explicar, pois ela já diz por si só.

Quando se trata de música não devemos ir em busca de definições, mas dos sentimentos que cada qual carrega em sua letra, em seu ritmo, em sua melodia... em si!



Gabrielle Colturato

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Se não for seu, nem me tente

O que você quer?
Você quer vir e depois partir?
Ou sua intenção é ficar?
Se ficar, qual será o motivo?
Se partir será por falta de um?
Não vamos perder tempo nos atracando
Afinal, de quem é a dúvida mesmo?
Mas se a culpa também for minha eu a coloco onde quiser
E se a minha alegria depender de te aceitar
Talvez eu morra infeliz
Afinal, quem não gosta de sorrir?
Mas até hoje todos os motivos dos meus sorrisos partiram diretamente de mim
Por quê confiar isto a você logo agora?
A mim, a ti, a nós, a quem for
De quem é o objetivo mesmo?
Se não for seu, não me tente
Pois a absoluta certeza de que é meu eu tenho
Não estou preocupado com o fim
Estou preocupado com o começo
É onde se encontram os riscos
Precavido talvez queira dizer que eu sou covarde
Mas você não entenderia mesmo se quisesse
A sua arte sempre foi bater e não apanhar
Mas vamos lá
Se Cronus quiser eu sei que não vou negar
Mas enquanto isso não ocorrer
Continuarei a ser meu lar.


Carlos Vinícius Custodio

domingo, 23 de agosto de 2015

Tempo

Certezas 
Incertas certezas
Certas incertezas
Incertezas diferem-se de proezas
Chuva fria é certa
Tardes nubladas
Vias engarrafadas
Cidade cinza
Tempo voa e não corre
Tempo não morre
Tempo não para
Tempo passa
Tempo acelera
E vida escorre pelos poros 
Sugiro vida saboreada, ao menos
As mãos enrugadas sugerem o decorrer do tempo
Ah, tempo, que finda perspectivas nobres, pobres, dos menores aos maiores sonhos
Tempo é o princípio e o fim do amor
Tempo é o término e o início da dor
Tempo de fases
Flashes e mais flashes
E o tempo de incertezas se repete
Tempo é incerteza
Tempo trás alegrias 
Mas, geralmente, tempo acaba em tristeza.


Carlos Vinícius Custódio.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Quem és tu, amor?

Quem és tu, amor? Hospede que incendeia o lado esquerdo do peito, que rasga o ódio e a raiva e acolhe a alma desesperada em seus braços. Amor que quando se arranca do coração deixa apenas a marca da fogueira da paixão, que leva consigo todo o calor e deixa a alma em prantos, que deixa a saudade e uma pitada de agonia.
Amor que se manifesta nos caminhos que cruzam os olhares, nos toques, nas palavras que os lábios proferem. Amor que se reserva aos virtuosos, que é a porta da frente dos sonhos e uma das milhares de portas do paraíso. Amor que transborda o espírito, que trás vida ao que se denominava morto, que tem a capacidade de levantar o que jaz no chão e desfaz o laço da desunião. É o amor quem nos faz, quem nos leva, quem nos trás. Amor que embala nos ritmos da vida, que não mede esforços nem diferenças, que prevalece em estação sintonizada no ponto certo. Amor que fotografa as lágrimas e filma os sorrisos, que em cada momento vivido cria uma cena de um filme inesquecível que estreia na sessão integral dos pensamentos. Amor que compõe a melodia, a letra e os acordes, onde as notas somos eu e você, que espreitamos um mundo não registrado por satélites, onde não somos impedidos de dizer e sentir o que tivermos vontade. Amor que flui em corpo num fluxo perfeito, que apesar das curvas impostas pelas margens, não se desvia de sua rota e não cria rotinas. Amor que faz o mundo girar devagar, que toma o tempo. As horas e os minutos passam a ser seus e ninguém é capaz de ver passar. Amor que é, enfim, pura e simplesmente amor.


Carlos Vinícius Custódio

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Vivas Lembranças

As rosas vermelhas já murcharam
E cada pétala, aos poucos, se desfez,
Não sobrou vestígios...
Apenas lembranças.

As memórias mantém-se vivas,
Como se cada momento
Tivesse ocorrido a pouco.
Vivas e tenebrosas lembranças.

Fotos penduradas no armário,
Cartas guardadas em um lugar qualquer,
Papéis, mensagens, presentes.
Um mar de recordações.

Afogo-me na dor deste amor,
Revivendo cada momento.
"Vem, sente-se, acalme-se,
Eu ainda me lembro!".

Somos aquelas rosas vermelhas,
Carregadas de tudo o que vivemos.
Somos as tardes cálidas e tranquilas,
Preenchidas com aqueles pequenos detalhes,
Os quais eu insistia em apegar-me.

Eu ainda me lembro!
Cada dia está presente em minha mente,
Todas as memórias ainda estão vivas dentro e mim,
Dançantes, crepitantes, acessas.

Minhas memórias ainda estão vivas,
Como se, a pouco, tivessem sido vividas.


Gabrielle Colturato.

sábado, 8 de agosto de 2015

Tristeza Mata

Há quem diz que tristeza não mata,
Porém os tais não sabem o quão estão enganados.

O vestido, inicialmente, azul,
Tingiu-se de um vermelho rubro,
E o rosto que costumava ser rosado,
Tornou-se pálido, sem vida.

Seu corpo fraco cercava-se por um mar,
Mar de sangue
No qual acabou mergulhando,
E por fim, se afogando.

Um mar que levou toda a tristeza,
Junto com a areia que lhe beirava.

À quem diz que tristeza não mata,
A dela foi tão grande que a sufocou,
E a levou.


Emeli Louise.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Trágedia Brutal

O fogo crepitará
E, aos poucos, queimará
Todas as cartas, todas as fotos
E torcerei para que, junto a elas,
Queime as lembranças.

As chamas devastaram-me
O incêndio será causado,
Acidentalmente arquitetado.
Apenas parte de um plano maligno, brutal.

As lágrimas, um dia, irão secar,
Mas que, por hoje, amanhã e depois,
Inunde-me inteiramente,
Cause enchentes que levem todo esse sofrimento.

Os escombros são dolorosos,
De se ver e se sentir,
Assim como todo o resto.
É só mais um trágico final,
Sem felizes, e como esperado,
Sem "para sempre".

O conto de fadas terminou,
Dando espaço para o mais novo conto de terror.
Essa é a nova realidade, a nova história a ser contada.

É a minha própria dor e infelicidade!



Gabrielle Colturato

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Sou como areia
E estou inteiramente em tuas mãos.
Suavemente, escorro por entre seus dedos,
Que, além de tudo, você faz questão de deixar abertos.
Sem nem importar-se, perde-me aos poucos.
Sem nem ligar, vai deixando que eu vá!
Sou areia que escorre por mãos espalmadas!

Gabrielle Colturato

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Aos amores que amei

Cabe ao consentimento duvidar
Das palavras que ouvi
Dos sorrisos que causei
Das histórias que vivi
Dos amores que amei.

 Cabe à saudade suspeitar
Das certezas que perdi
Dos desejos que cantei
Das nuances que tingi
E das letras que plantei.

E, se o passado, num instante eu visitar,
Sentirei, às minhas veias, o dever de elucidar
À fonte das pulsações e dos pulsares,
A quintessência de prazeres e pesares.

Ao criminoso potencial de cada lágrima, me refiro.
De cada gota de suor outrora amável, abdico
Pois a verdade é que confuso, enfim, repouso
De dores despido, por sonhos envolto.

Ao esquecimento, cabe me lembrar
Quanto às fraquezas que venci
Quanto às tristezas que ostentei
Quanto aos versos que colori
Quanto aos amores que amei.

Caio Trova

quinta-feira, 16 de julho de 2015

História de Horror

Noite escura, sem ternura
Luz da lua
Sons borbulhantes, a todo instante
E mais uma história de terror.

Carros ligeiros, sem medos
Faróis piscantes na rua
Freadas, batidas, e o silêncio.
Ôh, silêncio agonizante.

A morte está a te aguardar,
E você não temes mais,
Não quer mais esperar
Só pede, implora que ela te leve.

É só mais uma história de terror.

As ambulâncias aceleram pelas avenidas,
E vidas escoam pelas guias,
Feito chuva que inunda a cidade.

Os sons não param de gritar,
Os carros não param de correr,
E nem o tic tac, amedrontador, do relógio cessa.

Mas seu coração para de bater,
Pois a morte enfim chegou.
Acalme-se, não é necessário nenhum clamor
É só uma história e seu horror.


Gabrielle Colturato

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Ela era do tipo sem tipos

Ela não era um tipo de garota, porque, sinceramente, ela nunca se encaixou nessas coisas ou se enquadrou em algum dos tantos rótulos predefinidos. Talvez ela tenha seu estilo próprio e ele não seja como nada já existente. Ou eu que sou tolo demais e a acho mega encantadora.

Não é difícil de ver, está estampado no rosto dela, aparente no brilho daqueles olhos cor de mel e na paixão de seus sorrisos. Qualquer um que pare para ver, verá.

Ah, aquela menina! Eu tenho certeza que ela é, ao seu modo, o tipo de garota que mataria um "exército" de aranhas, lutaria contra os maníacos da serra elétrica, ameaçaria a existência de todos os tubarões da Terra. Ela seria o tipo de garota que enfrentaria todos os medos de alguém que ela amasse, pois os dela enfrentava diariamente. Mas, ah Deus, ela tinha um jeito que dispensava rótulos e "tipos", mas, mesmo sem isso, ela faria todas as coisas que lhe fossem possíveis, enfrentaria medos, tentaria e arriscaria tudo. Ela era assim.

Ela era tão maravilhosa, e não só comigo, mas com todos aqueles que lhe permitissem ser, e não duvido que ela continue sendo tão encantadora quanto antes, creio que seja até mais. Ela era tão única, e tenho certeza que continua sendo, se não para mim, para alguém. Não havia nada que aquela menina não fizesse por mim, e mesmo assim, eu a deixei ir.

Talvez as coisas se resumam assim: ela é do tipo que faz tudo o que pode pelas pessoas que ama, mata e morre, e eu sou do tipo que não soube valorizar aquela garota, que pouco ligava se ela estava matando ou morrendo.


Emeli Louise

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Efeitos

Sempre gostei de analisar o efeito de certas coisas nas pessoas, como por exemplo, o que o tempo causa nas pessoas e em seus humores. Sobretudo, gosto de analisar, não só aos outros, mas a mim mesmo.

Como seres humanos somos altamente influenciáveis, por pessoas, pelo tempo, pela vida, pelo próprio cotidiano. Sinceramente, acho hilaria está nossa situação, porém, em alguns casos e acasos, é completamente assustador.

Nós últimos tempos  tenho feito isso: paro, observo-me e chego a algumas conclusões, vezes boas, vezes ruins.

Nesses tais últimos tempos, nesses tais últimos dias em que o frio tem dominado o dia e assolado meu coração, peguei-me em um momento de redescobrimento. E dentre esse tão inquieto momento encontrei por aqui sentimentos que nunca imaginei encontrar, e me vi pensando em coisas que jamais me importei e pensei. Orgulhoso do jeito que sou diria que é um mero efeito do frio sobre mim, mas sei bem que não é.

O frio trás carência aos corpos solitários, mas hoje ele trouxe, além de tudo, a saudade para encher meu peito.  Ah, saudade que o frio trás, mas se nega a levar junto com si quando ele vai embora!

E enquanto vou observando-me. vou cobrindo... descobrindo... redescobrindo os efeitos e defeitos existentes em mim.


Emeli Louise

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Aniversariando!

A velhice vem a calhar e mais um ano vem para juntar-se com os, poucos ou muitos,  já vividos.
As costas doem e o tempo já começa a pesar, mas a chance de poder viver ainda me alegra.

Muitos anos ainda virão, e muitas coisas eles trarão.
Alegrias, tristezas, sorrisos, lágrimas, euforias e angústias, portanto, acima de tudo, trarão experiências e novas vivências.

Por isso digo: não importa se, com o tempo, os fios brancos tomarem conta da minha cabeleira, ou se as rugas enquadrarem o meu rosto, não importa se os dentes me faltarem, ou se meu andar fraquejar. O mais importante de tudo é o quanto e quão bem vivi! O resto será sempre resto.

E é por isso que contemplo,  contente, mais um ano de vida.

Gabrielle Colturato 

sábado, 30 de maio de 2015

Por hoje... E sempre

Só por hoje quero esquecer-me de tudo de ruim que nos cerca, e dos momentos de tristeza e angústia que, vez ou outra, insisto em relembrar. Minha decisão para os dias que seguirem o de hoje é a de sermos felizes sem temores ou impedimentos.

Estou pronta! Acredite! De hoje em diante estou pronta para por de lado todas as minhas paranoias constantes, e dar espaço somente para as coisas boas que podemos viver, por que, acima de todo o meu ciúme, há uma louca e crescente vontade de ser tomada por toda a felicidade que não só me é possível, mas que nós é possível.

Para nós, espero tudo de mais belo. Os beijos molhados e cinematográficos. Os carinhos e afagos. As espalhafatosas declarações. Os bons momentos compartilhados e relembrados nas tardes entediantes de domingo. Desejo aquele doce gosto de nostalgia. Pois não quero mais que aquela amargura consequente das más recordações se faça presente na nossa relação. Almejo tudo de bom que o mundo possa nos oferecer.

Só por hoje... e sempre, vou esquecer-me dos obstáculos que enfrentamos, das tristezas que passamos, do sorrisos que não demos, principalmente quando eu souber o quão ruim será para nós lembrar desses fatores.

Por que, de hoje em diante, quero permitir que sejamos imensa e inteiramente felizes. Mais do que já somos.


Emeli Louise

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Sabe o que seria legal? A gente morar junto!

Era um daqueles típicos dias em que não havia nada que fosse melhor do que ficar encolhida envolta por ele, desfrutando do doce ato de descobrir e redescobrir nossos corpos juntos.

A vontade de partilhar cada segundo daquele dia, e de tantos outros, com ele era maior que qualquer outra coisa. Maior, até mesmo, que a vontade de ler meu livro nas tantas aulas vagas que eu sabia que teria naquela manhã fria. Nos últimos tempos, eu já bem havia percebido, que nada conseguia ser melhor que a companhia dele.

E naquele mesmo dia, em que nada conseguiu ser melhor do que ficar aconchegada e enrolada no corpo dele, em meio a uma conversa tipicamente nerd, ele veio me dizer: "Sabe o que seria legal? A gente morar junto!". A principio, espantei-me, ele estava pensando no futuro! Mas ao ouvir cada uma dessas palavras já logo imaginei como seria passar, não só um dia ao lado dele, mas todos.

 Muitas panelas de arroz seriam queimadas, ou por causa de um filme, ou devido a um momento de nerdice compartilhado, do mesmo modo que muitas refeições seriam ingeridas frias, por em muitos momentos nossos corpos não permitirem distancia alguma entre eles, e entre nossa cama. Veríamos muitos amanheceres, com olhos vermelhos de sono e com um bocejar maior que o sol. Sem dúvida alguma brigaríamos muito, mas compartilharíamos belos sorrisos e momentos.

Naquela noite ele me disse que seria legal se morássemos juntos, e ele mal sabe que isto é tudo que mais quero.


Gabrielle Colturato

terça-feira, 5 de maio de 2015

Seu Turbilhão Interior

Um turbilhão, devastador, de pensamentos passava por sua cabeça. Dúvidas. Medos. Inseguranças. Questões que, nunca antes, haviam lhe preocupado. E no fundo de tudo, raiva e vergonha de si mesma. Nunca duvidara de seus sentimentos, nem chegara ao ponto de querer encontrar algo em outros corpos. Mas algo em si mudara, e tais mudanças não lhe agradavam nem um pouco.

Certa vez, há alguns meses, sentira na própria pele (e coração) a dor de uma traição, e odiava pensar que poderia causar tal dor na pessoa que mais gostava. Porém, mesmo com o ódio crescente dentro de (e por) si, tal ideia não parava de girar em sua mente, e por um lado instigava-a, mas também amedrontava-a.

Queria, pelo menos por um momento, esquecer estas questões tão absurdas que açoitavam e tomavam conta de sua mente. Por um momento, ou para sempre, se é que isso fosse possível.

Ela só quer esquecer tudo de ruim que lhe foi feito, e o que pensa e cogita fazer. Pois por mais que tudo ainda esteja flutuando em sua cabeça, ela sabe de sua convicções, e independente de tudo, ainda crê em cada uma delas. Ela sabe  o que quer.

E ela quer só ele e mais ninguém, nenhum outro corpo, nenhuma nova experiência que ela sabe que não valerá a pena.



Emeli Louise

terça-feira, 28 de abril de 2015

Enxergou-me

Com um olhar triste, ele observava cada milimetro de meu corpo que tremia desesperadamente. Após seu primeiro contato com as, tão temidas, marcas que agora estampavam minha costela direita, carregava em seu rosto uma apreensão desconfortável.

Sentia-me frágil, mesmo com seus braços firmes ao meu redor. Delicadamente, ele aconchegou meu corpo junto ao seu, como se nada mais importasse além de meu conforto e bem estar, ergueu minha camiseta larga e olhando, mais uma vez as marcas, acariciou-as. Naquele momento, um misto agonizante de sentimentos passavam pelo seu rosto, desde culpa à tristeza.

Entre medos, temores e tremores, depois de tanto tempo juntos, ele enxergou-me profundamente através daquela situação, como nenhuma outra situação poderia lhe mostrar.

Porém, mesmo com o pesar que nos cercava naquele momento, algo sem igual nos uniu ainda mais, nos aproximou. Nossas trocas de olhares transmitiam dor, mas nosso peitos, juntos naquele instante, transmitiam amor.

Naquele momento, naqueles instantes em que meu corpo se fundia ao seu, o amor curou toda a dor existente em mim. Pois, seu amor vem fazendo isso a tempos... Seu amor vem me curando.


Emeli Louise

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Compartilhamento de Sorrisos

Encolhida entre travesseiros e envolta por cobertores, lembrava de cada segundo do dia que, há algumas horas, tecnicamente, já havia acabado. Naquele momento, aquelas lembranças pertenciam-lhe inteiramente. Eram só dela, e de mais ninguém.
 
Os detalhes vinham à sua mente, como um filme sendo rebobinado. A delicadeza de cada beijo, o calor de cada abraço, a excitação de cada toque. O suspirar de alegria após cada sensação. Lembrando, ela sentia, mais uma vez, a ternura daquele momento único que, ao lado dele, vivera. Pensava que, a pouco tempo estava encolhida e envolta, mas não em travesseiros e cobertores, mas pelo corpo quente e aconchegante dele.

Era domingo, com emenda de feriado, e eles bem sabiam a chatice que isso acarretava, mas mesmo assim transformaram aquela chatice em um momento de alegria, em compartilhamento de sorrisos, porque eles sabiam que nada importava mais do que estarem juntos, seja largados na cama quente assistindo um filme, ou tomando um sorvete na sorveteria decadente do bairro.

Ali, deitada sozinha em sua própria cama, e não na dele, ela lembrou-se do quão bom era estar lá, mesmo com aquele aperto no peito que lhe dominou ao pensar nas tantas brigas que tiveram no decorrer da semana, mesmo com a chatice cotidiana do final de semana, mesmo com a falta de vontade de fazer qualquer coisa. Naquele momento, a única coisa que realmente importava eram seus corpos grudados na mais linda troca de carinho, e calor.

Relembrando momento a momento, segundo a segundo, beijo a beijo, ela soltou o sorriso mais lindo e cheio de vida, pois sabia que, independente de suas reclamações e insatisfações interiores, só ele era capaz de transborda-la daquela forma inexplicável e sem pudores.

E ali ela suspirou mais uma vez ao rebobinar cada uma daquelas sensações compartilhadas e sentidas. Dentro de si, ela tinha a certeza que nunca, em um domingo com emenda de feriado, ela seria mais feliz que naquele.


Emeli Louise

segunda-feira, 6 de abril de 2015

O que será de nós no futuro?

Hoje pela manhã, dois professores estavam passando de sala em sala para conversar com nós, alunos, sobre a greve de professores que está rolando. Eles responderam algumas perguntas, e deram algumas explicações sobre o que está acontecendo, e sobre os verdadeiros motivos da paralisação. Além de pedir a nossa colaboração de diversas formas.

A minha grande pergunta, é: O que seremos de nós no futuro, se hoje, não tivermos, em sala, uma educação de qualidade, e algumas condições básicas de infraestrutura?

Bom, existe uma historia (não sei, se  é ou não verídica) que todo ano gosto de relembrar no dia dos professores, sobre no Japão, o único profissional que não tem obrigação de se curvar a um imperador é o professor, afinal, não se fazem imperadores sem professores.

Os professores não paralisaram apenas com o intuito de terem um reajuste, e digo que, mesmo se fosse, eu apoiaria a greve da mesma forma, pois é ridículo um profissional tão influente na vida de todos, ganhar tão pouco. Eles paralisaram exigindo melhores condições para ensinarem e passarem seus conhecimentos ao futuro, à nós.

Imaginem uma sala de aula com cinquenta alunos (ou mais) na flor da adolescência que, por qualquer coisa misero fato, já faz festa e farra dentro da sala. Agora pense quanto tempo um professor é obrigado a perder de sua aula para acalmar este cinquenta alunos que não param de gritar, farrar e tantas outras coisas que vemos os alunos fazendo durante o momento de aula. Pensou? Agora me diz, enquanto diversas salas foram FECHADAS, outras foram SUPERLOTADAS? Enquanto professores perderam emprego devido a este fechamento, outros nem aula conseguem dar devido ao excesso de alunos em sala?

Chega a ser surreal uma situação desta! Mas bem, é a nossa realidade!

Minhas fontes são pequenas, e posso até estar falando besteira, algo que eu duvide que esteja. Mas enquanto muitos andam dizendo que o único interesse dos professores é um aumento (e aí está mais asneira, pois não é aumento, é reajuste, e tem diferença), o verdadeiro motivo é não por eles, mas por nós. Para uma diminuição de alunos em sala para que, talvez dessa forma, eles consigam passar seus conhecimentos e ensinar para valer, sem fingimentos, sem acharmos que estamos aprendendo e eles ensinando! Pois cá entre nós, não dá para aprender com um monte de gente gritando e falando mais alto que o professor.

Eu apoio, sim, a greve dos professores! Apoio, sim, todos os motivos declarados para tal paralisação. Eles querem ensinar, e eu? Eu quero ter um ensino decente, e de qualidade, pois eu sei que se não tiver isto, no futuro não serei nada, ou pelo menos, não serei nada que valha a pena ser!!!



Gabrielle Colturato

sexta-feira, 20 de março de 2015

Por ventura, valorize-a!

Já parou para pensar o que será de você se, por ventura, a vida decidir levar ela embora? Se por ventura tudo acabar, de um dia para o outro, e nunca mais nesse mundo vocês se esbarrarem ou se verem novamente? Você já parou para imaginar como serão seus dias sem essa doçura agridoce que, como bem aprendeu, é só dela e de mais ninguém?

Quando você deu as caras na vida dela ela estava mais para lá do que para cá, e sei que sabe do que estou falando. As coisas não estavam lá muito boas, como bem sabemos. Só que do nada, tudo mudou e ela ganhou vida. Mas fala sério, você com toda sua ingenuidade acredita mesmo que realmente foi "do nada"?

Aconteceu que você chegou, entende?

Ela vagava procurando qualquer coisa que, em algum momento, trouxesse tudo o que lhe fora levado, e dentre todas as coisas e pessoas que poderiam fazer isto por ela, foi você quem o fez! Se foi o acaso ou os cosmos que fizeram com que você tivesse está sorte, sinceramente, eu não sei. Mas assim, sabendo que aconteceu da forma que aconteceu, você vai realmente dar sorte pro azar?

Compreendo que ela é um bicho de sete cabeças e em certos dias fica pior! Sei que ela é uma bomba prestes a explodir, mas eu te garanto que se você se dedicar, verá que ela está mais para fogos de artificio do que bomba, e que por mais barulhento que seja, o espetáculo pode, e será, lindo! A bichinha é complicada, mas acredite, ela vale muito a pena!

Cara, engole seu orgulho e seu ego masculino e agarra essa garota para nunca mais largar! Olha para trás e lembra de tudo o que passaram, de tudo que ela fez por você e vice versa. Ela encontrou em você o que não quer encontrar em mais ninguém, porque, vamos combinar, ela só quer saber de você! Enfrenta essa sua mania de ter medo de se entregar e se deixa levar! Ame-a. E deixe-a entrar!

Peça-a em namoro e namore-a como deve ser, até mesmo quando isto exigir assistir com ela aquelas comédias românticas tediosas que ela tanto ama. Peça-a em casamento e case-se com ela. Tenha filhos com ela! E faça-a tão feliz quanto você já faz na maioria dos momentos!

Por ventura, antes que você a perca, valorize-a. Pois se a vida decidir arrancar ela de você...



Gabrielle Colturato



...

segunda-feira, 16 de março de 2015

Antídotos não se fazem com egocentrismo

Dizem que quando uma pessoa é picado por uma cobra precisam do veneno da própria cobra para fazer um antídoto que salve a pessoa. É aquela velha historia de que quem nos mata, também tem a capacidade de nos salvar.

A dura verdade é que algumas situações não são válidas apenas para um único contexto e, para ser sincera, odeio os contextos variantes de "quem nos mata, no salva".

Muitas vezes chega a ser um saco saber as pessoas que tem "o poder" de no salvar, muito mais quando sabemos o quanto elas se importam. As pessoas não estão nem aí!

Não espante-se, todos temos aquele péssimo hábito de nos importarmos apenas com nosso próprio umbigo sem ligarmos com nada ao nosso redor, e por favor, poupe sua saliva se vai dizer que não é assim! Todo mundo é um pouco egocêntrico, a questão é que uns são mais que outros!

Não é errado pensar em si mesmo, mas existem momentos que é necessário salvar o outro, seja ele quem for! Imagine só quando for você quem precisar e ninguém se dispor a ser o seu antídoto? Nós não precisamos viver em favor da vida do outro, nem ajudar na esperança de ser ajudado.

Antídotos não se fazem com egocentrismo!


Emeli Louise

segunda-feira, 9 de março de 2015

Era trovoada que virou arco íris

Era um fim de semana chuvoso, muito provavelmente o mais molhado do mês, e como sempre ela estava decidida a calibrar seu estado de espírito de acordo com o do tempo. Nunca fui capaz de entender suas trocas repentinas de humor. Uma hora ela é sol e em um instante é trovoada. E por mais que eu a ame, odeio seu jeito temperamental.

Naquela noite de sábado ela decidiu por em ação seu "mode" bipolar, para minha infelicidade. Todo mundo sabe que ela é dengosa e carente, principalmente eu, e que ser chorona é só uma vaga consequência dos "defeitos" anteriores, mas eu nunca tinha a visto daquele jeito.

Na TV passava "A Culpa É Das Estrelas", o quarto estava escuro e ela estava deitada em posição fetal, chorando feito criança. A principio deduzi que fosse só um mero efeito do filme, afinal todas as vezes que o assistia era assim, chororo e fossa, porém dessa vez era diferente.

Aquela garota é espetacular. Suas manhas e manias, seu sorriso e olhar terno me encantavam de certa forma inexplicável, mas era de partir o coração vê-la chorar. Dentro daquele quarto, iluminada pela luz clara da TV, ela foi para mim o que jamais havia sido. Deitada em meu peito, declarou medos, angustias e inseguranças, e por fim eu, finalmente, a vi como ela realmente é. Cheia de contestações, e ao mesmo tempo uma divindade maravilhosa.

Hoje eu sei que entre sol e trovoada ela é o arco íris mais lindo do universo, e o único que tem a capacidade de me fascinar. Ela é a merecedora de todo meu amor e atenção, até mesmo em suas trocas repentinas de humor.


Emeli Louise

sexta-feira, 6 de março de 2015

O Poder da Validação

Todo mundo é inseguro, sem exceção.  Os superconfiantes simplesmente disfarçam melhor. Não escapam pais, professores, chefes nem colegas de trabalho.

Afinal, ninguém é de ferro. Paulo Autran treme nas bases nos primeiros minutos da primeira apresentação,  mesmo que a peça que já tenha sido encenada 500 vezes. Só depois da primeira risada, da primeira reação do público, é que o ator se relaxa e parte tranquilo para o resto do espetáculo. Eu, para ser absolutamente sincero, fico inseguro a cada novo artigo que escrevo, e corro desesperado para ver os primeiros e-mails que chegam. 

Insegurança é o problema humano número 1.

O mundo seria muito menos neurótrico, louco e agitado se fôssemos todos um pouco menos inseguros. Trabalharíamos menos, curtiríamos mais a vida, levaríamos a vida mais na esportiva.

Mas como reduzir a insegurança?

Alguns acreditam que estudando mais, ganhando mais, trabalhando mais resolveriam o problema. Ledo engano, por uma simples razão: segurança não depende da gente, depende dos outros. Está totalmente fora do nosso controle. Por isso segurança nunca é conquistada definitivamente, ela é sempre temporária, efêmera. 

Segurança depende de um processo que chamo de "validação", embora para os estatísticos o significado seja outro. Validação estatística significa certificar-se de que um dado ou informação é verdadeiro, mas eu uso esse termo para seres humanos. Validar alguém seria confirmar que essa pessoa existe, que ela é real, verdadeira, que ela tem valor.

Todos nós precisamos ser validados pelos outros, constantemente. Alguém tem de dizer que você é bonito ou bonita, por mais bonito ou bonita que você seja. O autoconhecimento, tão decantado por filósofos, não resolve o problema. Ninguém pode autovalidar-se, por definição.

Você sempre será um ninguém, a não ser que outros o validem como alguém. Validar o outro significa confirmá-lo, como dizer: "Você tem significado para mim". Validar é o que um namorado ou namorado faz quando lhe diz: "Gosto de você pelo que você é". Quem cunhou a frase "Por trás de um grande homem existe uma grande mulher" (e vice versa) provavelmente estava pensando nesse poder de validação que só uma companheira amorosa e presente no dia a dia poderá dar.

Um simples olhar, um sorriso, um singelo elogio são suficiente para você validar todo mundo.

Estamos tão preocupados com a nossa própria insegurança, que não temos tempo para sair validando os outros. Estamos preocupados em mostrar que somos o "máximo", que esquecemos de dizer aos nossos amigos, filhos e cônjuges que o "máximo" são eles.

Puxamos o saco de quem não gostamos, esquecemos de validar aqueles que admiramos.

Por falta de validação, criamos um mundo consumista, onde se valoriza o ter e não o ser. Por falta de validação, criamos um mundo onde todos querem mostrar-se, ou dominar os outros em busca de poder.

Validação permite que pessoas sejam aceitas pelo que realmente são, e não pelo que gostaríamos que fossem. Mas, justamente graças à validação, elas começarão a acreditar em si mesmas e crescerão para ser o que queremos.

Se quisermos tornar o mundo menos inseguro e melhor, precisaremos treinar e exercitar uma nova competência: validar alguém todo dia.

Um elogio certo, um sorriso, os parabéns na hora certa, uma salva de palmas, um beijo, um dedão para cima, um "valeu, cara, valeu!".

Você já validou alguém hoje? Então comece já, por mais inseguro que você esteja.




Stephen Kanitz
(Artigo publicado na Revista Veja, edição 1705, ano 34, nº 24. - 20 de junho de 2001, página 22.)

quinta-feira, 5 de março de 2015

Do Ditador Nazista ao Sex Symbol de 50

Dentre as mais vastas personalidades que poderiam inspirar-me de alguma forma, seja de ícones famosos ou até de membros da família, as que mais inspiram-me são de Adolf Hitler e Marilyn Monroe.

Adolf Hitler foi um dos maiores ditadores da Alemanha, e apesar de sua má conduta ao exterminar milhões de pessoas, considero-o um gênio. Não podemos esquecer que foi Hitler quem administrou a Alemanha enquanto esteve no poder e ergueu-a após a Primeira Grande Guerra.

Definitivamente, sou contra suas teorias sobre a possível "raça ariana", e nenhum pouco a favor do que fez com judeus, muçulmanos, negros, enfim, com todas aquelas pessoas. Porém, sua historia de vida e genialidade inspiram-me.

Os aspectos que me inspiram em Marilyn Monroe não se diferem tanto dos de Hitler.

Marilyn Monroe ficou conhecida por sua sensualidade provocativa, tornando-se mais tarde um sex symbol da década de cinquenta. Ficou conhecida, também, por seu misterioso "caso" com JFK, e, quem diria, por seus filmes.

Monroe transformou-se em uma mulher de alma frágil após a infância pingada em lares adotivos. Era uma mulher de olhos ternos e um sorriso inabalável, porém seu interior era totalmente abalado.

Eternizada por seu jeito meigo de menina, Marilyn serviu de motivação para muitas outras pessoas que, em um ápice da falta de auto estima, ou até mesmo em outras situações, lembraram-se dela e superaram assim como ela.

Minha admiração não vai ao exterminador de seres humanos, mas ao garotinho que amava pintar e mesmo após ser rejeitado na Escola de Belas- Artes de Viena persistiu no seu amor, aquele garotinho redimido que seguiu seus sonhos no ramo das artes e no ramo militar, mas que, infelizmente, por fim pirou matando milhões. Meu pleno amor, dedicação e, também, admiração não se resume a jovem que morreu de overdose após ingerir remédios para depressão, mas para a menina que decidiu rumar sua vida de acordo com os seus próprios sonhos e desejo, sem se importar em momentos algum com as criticas ou opiniões alheias.

Citação de Hitler: "Aprender história quer dizer procurar e encontrar as forças que conduzem às causas das ações que vemos como acontecimentos históricos. A arte da leitura como da instrução consiste nisto: conservar o essencial, esquecer o dispensável."

Citação de Marilyn Monroe: "Qualquer coisa que faça você se sentir bem, é boa."


Gabrielle Colturato

domingo, 1 de março de 2015

Embaralho de Sentimentos

Naquela noite, quando vi seu sorriso solto assim que chegou, eu já sabia de tudo. Até hoje ainda relembro-me do decorrer daquele dia.

Você chegou a mim da mesma forma que a água do mar cobre a areia, calmamente e aos poucos. Privou-me de seus segredos e por fim chegou de vez.

Em meados de fevereiro eu tranquei-me para o amor, decidi privar-me de sentimentos e sensação, até que por um momento de loucura decidi libertar-me. Meu coração sentiu antes mesmo de mim. Em abril você chegou, e enfim nos entregamos.

Dentre todas as minhas absurdas paixões, a que mais me fascina é a que sinto por nós! Sou apta a romances, mas nenhum se compara ao nosso. As loucuras da nossa historia são dignas de best seller internacional, e um dia eternizarei ela e realizarei meu grande sonho de espalhar ao mundo o que sinto.

Eu descobri, a partir de você, o encanto de amar e se entregar sem medo de nada nem ninguém. Aprendi a apreciar a saudade e as melhores formas de sacia-la, e também o prazer de dar-me por inteira a você.

Seus beijos são o estopim pros meus mais insanos desejos. Seus abraços minha fonte pura de paz. Suas mãos,  o gosto de querer mais. Mas quando nossos corpos se unem de maneira sincronizada, aprecio o mais belo prazer.

Enquanto não entenderes o que sinto, meus dizeres serão vagos. Só que a partir do momento que entender meu embaralho de palavras,  saberás e entenderás o que sinto.


Emeli Louise

Em um canto do bar!

O barulho do bar era ensurdecedor e ela estava sentada, em meio a gritaria e solos de guitarra típicos do rock and roll, lendo concentradamente. Nunca, em toda minha vida, tinha visto alguém de beleza tão pura fazendo algo tão simples parecer fantástico.

Em suas mãos, envolvendo-a, Assassin's Creed, creio eu o último que tenha lançado, pouco entendo disso. Sua camiseta de Stormtrooper e seu colar de droide deixava óbvio seu vicio nerd. E seu cabelo preso em coque junto ao seu óculos quadrado lhe dava um toque sexy e intelectual.

Centrada em sua leitura, parecia longe de toda a realidade em que estava, com o se cercada por uma bolha que lhe ausentava, em alma e em pensamento, da baderna que rolava ao seu redor. Com certa distancia eu a observava, admirando-a. Nada lhe importava, além de sua leitura, aparentemente, interessante. Aquele mundo era só dela, e ninguém tinha direito de adentrar nele.

Pergunto-me como alguém podia ser tão linda lendo em um bar. Ela era, e os "como" eu não sei, mas ela era linda pelo simples fato de não ligar para nada ao seu redor, nem mesmo para mim, que admirava-a abestadamente e diretamente.

Ela era linda, e estava lendo em um canto do bar!


Emeli Louise

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Amor Libertino

Entre roupas jogadas no chão
Deixamos de lado todos os nossos pudores
Dando espaço ao tesão
Que só aumenta a cada deslizar de mãos.

Nossos corpos se colidem
Em plena excitação,
E em meio aos nossos desejos impuros
Libertarmos esse amor libertino
Responsável por nossas ações.

Somos donos de almas pecaminosas,
Que não temem aos pecados carnais.
Somos loucos apaixonados
Que se entregam entre lençóis.

Temos instintos libertinos
Líderando nosso agir.
O gostoso agir em favor de outro corpo.

Emeli Louise

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Amor Reconciliador

Ela tinha um coração partido e lágrimas secas no rosto. Ele, um vago arrependimento por, mais uma vez, cometer o mesmo erro.

A dor e a mágoa plantadas na noite anterior não poderiam ser descritas em meras palavras, a única opção que lhe restava era encolher-se e chorar. Ele a traiu, sem dó nem compaixão,  e não apenas em termos de relação,  mas em confiança, lealdade.

Até então,  suas crenças eram de que traição alguma merecia perdão,  mas quando se viu diante da situação, com uma questão de "sim" ou "não", após ouvir palavras que lhe feriram a alma e o coração não teve escolhas se não aceitar sua condição.

Tendo florescido dentro de si o mais belo amor que nunca antes pôde sentir, decidiu deixar de lado a voz da razão e persistir na sua relação.  Ela poderia retribuir com mais traição, atingir da forma que foi atingida, fazê-lo sentir o que sentia, só que dentro de si havia paixão, dedicação, mas acima de tudo um amor que sabia perdoar.

Ele tinha plena consciência que não era digno de tal sentimento, que merecia ser largado e humilhado. Porém, dentre aqueles, quase, seis meses aprendeu certos valores inigualáveis. Quando se ama, verdadeiramente, há compreensão, e entendimento. E ela entendia, mesmo querendo negar, mesmo sentindo-se burra, entendia, pois sabia o valor de se amar.  

Acima de todas as dores, tristezas e mágoas ela soube perdoar àquele que, nem por um segundo, pensou em ambos, àquele que menosprezará tal relação construída em meio a um cenário de destruição. Ela soube, acima de toda a traição, ama-lo.


Emeli Louise

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Nossas Manias

Nunca, na face da terra, conheci alguém que reclamasse tanto das coisas quanto ele reclamava. Por incrível que pareça, chegava até a vaga conclusão de que era um dom natural dele.

Entretanto, por mais irritante que fosse sua mania de reclamação, sinto falta de suas broncas quando eu acabava gritando ao expressar meu sentimentos, fossem bons ou ruins, e posso apostar que no fundo ele sente saudade  das minhas falas gritadas.

Mas acontece que certos hábitos nunca mudam, e por mais que ele detestasse que meio mundo, sempre, ouvisse nossas conversas e soubesse de detalhes cruciais que só cabiam a nós dois, sabia que era meu jeito único de expressão, e que sem ele, talvez nem teria notado-me em meio a multidão.

Sei que no fundo ele senta falta das minhas manias escandalosas, e daquele gostinho que sentia ao tentar fazer de tudo para eu conter meu ânimos aflorados.

Um dia, li, vagamente, em algum lugar que algumas manias sempre permanecem. Só que creio que, da mesma forma que algumas manias nascem e morrem conosco, outras começam a fazer parte de nós com o tempo, e são essas que permanecem. Nunca deixarei de falar gritando e duvido muito que ele tenha deixado de se incomodar com isso. Só que com o tempo aprendi a conter minha euforia através de suas broncas, e tenho certeza que hoje em dia ele continua com o hábito de falar com o telefone longe do ouvido.

Certas manias nunca nos abandonam, só que aquelas que começam a fazer parte de nós no decorrer do tempo, são diferentes. A verdade é que nenhuma delas deixa de existir, umas só se sobressaem diante das outras. E dentre todas as minhas, a que mais perdura é essa minha mania de me apaixonar por manias. Principalmente aquelas chatas manias de reclamação.


Emeli Louise

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Poente

Da mesma forma que o sol se põe no horizonte, como se o beijasse calma e pacientemente, a felicidade chegou até mim.

Por entre as profundezas do teu sorriso fui encontrando meus mais sinceros motivos para ser feliz, e sob teus olhares severos, achei minha paz. Você é o horizonte que, a cada entardecer, se faz lar do meu "incendioso" sol. És a tranquilidade que domina meu sonho.

Em meus sonhos, tem-me em teus braços; Em nossa sutil realidade, tem-me por inteira. Enquanto permitir-se, serei completamente sua, em corpo, alma e mente. Afinal, meus pensamentos são teus, e meus sorrisos estampam a minha alegria por ter te encontrado.

Fonte dos meus mais insanos desejos. Certeza dos meus sonhos mais incertos. Mãos que puxam-me, a cada dia, de um cruel abismo. Meu gosto de viver com gozo. Brilho que ilumina meu olhar. O único dono dos meus sonhos diurnos e noturnos.

És o mensageiro que trouxe minha felicidade em essência pura. A doce beleza do meu poente.


Emeli Louise

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Simples Assim

Eu estou apaixonada! E é simples assim.

Nunca tive medo de me entregar, por mais que às vezes temesse arriscar-me ao máximo. Porém, sempre chega um momento em que as coisas mudam. e desta vez, tudo mudou.

Hoje, acredito que algumas coisas necessitam acontecer inesperadamente. Surpresas são boas. A minha acabou sendo maravilhosa.

Como diria Hazel Grace: "Eu me apaixonei como alguém pega no sono". E, não tenho mais dúvidas, eu estou apaixonada.

As palavras, muitas vezes, me faltam, afinal é um sensação tão imensa que, acredito, não pode ser resumida em meras palavras.

Mas a questão é que estou apaixonada, e não é pouco. É como um fogo que arde em meu peito e só se expande a cada dia, a cada momento. Camões, tinha lá sua razão.

Meu "amor" aumenta a cada dia. Aumenta quando mexe no meu cabelo, e arruma o fecho do meu colar; nas vezes que pergunta se estou bem, e quando, mesmo eu negando, faz de tudo para me ver melhor. Apaixono-me mais a cada gesto de ciúme, ou quando, espontaneamente, enche-me de beijos e carinhos, e nas vezes que liga por nada, só para saber como estão as coisas, e quando valoriza o meu bem estar, como se o teu dependesse disso.

E de que adianta negar?
Se em algum momento iria ser inevitável me entregar?
E entrego-me inteiramente à essa paixão tão clichê,
Que hoje sinto, e que só encontro em você.


Emeli Louise