quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Analogia

Aos quarenta e cinco do segundo tempo ele descobriu e percebeu que era amor. Naqueles últimos minutos decisórios que determinariam a vitória ou derrota do time. Naquele momento em que todos desejam e torcem pela prorrogação para poderem doar-se um pouco mais pela causa. 

Entretanto, dessa vez não teria prorrogação, nem se o time implorasse e o juiz quisesse. Desta vez o time teria que sair de campo, tendo por recompensa a desclassificação e nada mais. 

Acontece que todo este joguinho já esta desgastado faz tempo. Os jogadores estão cansados. E o ditador das regras já não aguenta mais ver essa partida de amor só andar para trás e regredir cada vez mais, a cada décimo de segundo. 

A grande verdade é que chega um momento em que temos que aceitar a derrota e entender que nem sempre seremos merecedores dos prêmios que tanto almejamos, pois para merecer não basta insistir, bater o pé e pedir chances que, no final das contas, só serão desperdiçadas.

Nestes momentos, o melhor a fazer é retirar-se de campo e dar espaço e chance para que outros times tenham seu momento de glória. Afinal, é perca de tempo e energia tentar ganhar um jogo que, a muito tempo, já está perdido. 



Gabrielle Colturato

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