sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Entre eu e eu, tem ela

Será que foi amor? 

Não, não pode ser, é impossível. 

Talvez tenha sido uma paixão avassaladora que me arrebatou de uma forma muito rápida e muito repentina.

É, pode ser que sim, mas já se passaram quase 9 meses.

Se passaram, mas por quanto tempo as coisas ficaram pendentes de resolução?

Pelo menos, uns 2 meses... Vai, praticamente 3.

Então, tecnicamente, só passaram 6 meses desde que tudo ganhou um ponto final.

Ainda assim são 6 meses, não são alguns dias, não é como se ainda fosse algo recente.

Eu sei, mas eu nem sinto que, de fato, houve um ponto final.

Por que não?

Porque ainda guardo no meu peito muitas palavras que não ditas

Porque tudo que aconteceu insiste em invadir meus pensamentos em momentos oportunos e inoportunos

Porque eu ainda penso nela e em como tudo poderia ter se desenrolado

Porque ainda me pego pensando no que poderíamos ter sido

Talvez, porque, dentro de mim, eu ainda tenha um certo grau de esperança de que é possível fazer isso dar certo

Porque ela representou muito mais do que as pessoas acham

Porque ela foi a personificação de algo que já desacreditávamos que poderia existir

Porque ela era uma mescla de tudo que me atrai e de tudo que também o atrai em uma única pessoa, atendendo demandas de ambos os lados

Porque eu quero, mais uma vez, sentir todos os sentimentos bons que aquelas poucas horas me proporcionaram mesmo que, junto deles, venham as sensações ruins

Porque lembrar de cada frame daquele dia ainda me causa arrepios

Porque na hora do ato o que me leva ao ápice é re-imaginar o que fizemos

Porque eu desejei aquilo por tanto tempo, mas quando pude avistar um prelúdio do que queria tomei as piores atitudes, que me levaram as decisões ainda piores e deixei que ela me escapasse pelas mãos

Porque, ainda que eu me esforce, ainda que eu dedique todas as minhas energias, eu não consigo seguir em frente

Porque eu sinto que o universo conspira contra mim e a faz ressurgir inconvenientemente quando me sinto mais fragilizada, quase como se soubesse que ainda mexe comigo, com a gente, com a nossa história

Porque eu simplesmente sinto algo que não sou capaz de explicar

Algo que se amontoa no peito, que pesa na boca do estômago, que turva a vista e que enevoa os pensamentos, que coloca tudo em evidencia, que abre espaço para inúmeros questionamentos.

É, não precisa dizer mais nada. Acho que isso explica muita coisa mesmo.

Explica, né? Mas não resolve.


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