quarta-feira, 2 de maio de 2012

Obras do Tempo...

Deitada, chorava ao se lembrar do adeus, aquilo dilacerava seu coração, não sabia mais o que fazer sem ele ao seu lado. Há dias não se falavam, e a meses não se viam, seus pensamentos se resumiam nele.

Seu cheiro estava gravado em sua mente, e aquele lindo sorriso não saia de seus pensamentos, De alguma forma magica tudo o lembrava.

Todos os dias sua mãe trazia as refeições, mas fazia alguns dias qe nem se quer tocava na comida. Olhou então pela janela e viu que estava um belo dia, decidiu então se levantar, olhou para o café da manhã que estava na bandeja em cima da cabeceira. Caminhou até seu banheiro e observou-se pelo espelho, deu-se conta que estava mais magra do que a ultima vez que fez isso.

Despiu-se e entrou no chuveiro, lavou seus cabelos, a pele macia e fechou então os olhos por alguns instantes, deixando a água fria escorrer pelo seu corpo suavemente. Assim que saiu do chuveiro, secou-se e parou em frente ao guarda roupa, pegou um vestido florido e uma sandália azul clara que combinava perfeitamente com seu vestido e arrumou-se.

Sua mãe estava na cozinha e seu irmão estirado no sofá, a mesma rotina de sempre, tudo igual, nada mudará desde que se trancará no quarto. Assim que sua mãe a viu ficou pasma, ela então se aproximou e abraçou fortemente sua mãe, sussurrando:

  __ Obrigada por tudo que fez por mim nesses últimos meses, mamãe!!
  __ Magina minha filha, eu te amo!!
  __ Eu também te amo mamãe!!

Olhou para a mãe, beijou-a e foi para a sala, observou seu irmão e desligou a televisão, puxou-o e jogou-o no chão, fazendo cocegas nele, então abraçou-o, rolando ambos pelo chão da sala.

  __ Vamos, se arrume para irmos ao parque, te pago um sorvete, pode ser??
  __ Obaaaa!!! Me de dois minutos!
  __ Okay, mas vá logo.

Soltou-o e sorriu ao ver seu irmão subir as escadas correndo, feliz pela mudança de rotina, levantou-se e foi para a cozinha, percebeu lagrimas nos olhos de sua mãe, mas não de tristeza, ela sabia.

  __ Mamãe...
  __ Estou feliz pela sua atitude minha filha!

Optou por não dizer nada, acariciou o rosto flácido de sua mãe e beijou-a novamente, ouviu então seu irmão descer as escadas e parar na porta da cozinha.

  __ Ja voltamos mamãe, qualquer coisa me ligue!

Foi na frente de seu irmão até a porta e pegou sua bolsa, pegou a mãe do irmão e saíram. Caminharam vagarosamente pela calçada, e conforme se aproximaram do parque percebeu a animação do pequeno menino em relação ao passeio ao parque.

Sentaram-se no banco do parque em frete a fonte d'água, e abraçou delicadamente seu irmão, foi quando olhou para o outro lado do parque e o viu junto dela, levantou-se, olhou para o irmão, agarrou bruscamente o braço do pequeno e saiu correndo em direção oposta a que ele estava.

Chegaram rapidamente em casa, abriu a porta e subiu correndo para seu quarto, jogou-se na cama e desabou mais uma vez no choro e tudo lhe veio a mente novamente.

Compreendeu então que nada havia mudado, estava tudo igual, apenas o tempo havia se passado, mas tudo continuará da mesma forma que ela deixará a três meses atrás, compreendeu também que seu destino estava traçado naquele quarto, trancada, somente alimentando suas esperanças que ele voltaria para ela com todas as lembranças possíveis.


Por Gabrielle Colturato

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