sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Perfil Jornalístico Fictício

Apesar das suas tentativas em fingir que não acredita "nessas coisas", na trend de signos do Instagram ela deu check em mais da metade dos estereótipos associados aos signos de Leão, Áries e Sagitário (sol, ascendente e lua, respectivamente). Por mais que ela tente negar, ela emana a energia que o elemento de fogo concede ao Zodíaco: entusiasmada, confiante, corajosa e a sua própria heroína. Quem a conhece, se sente facilmente inspirado por ela, mesmo sem saber sobre sua trajetória.

Após 12 horas em trabalho de parto, Dona Josefa deu à luz a sua primogênita. No dia 03 de agosto de 1970 o mundo dava as boas-vindas a uma neném de 3,750kg e 51 cm. Joana Lopes Campos nasceu em casa de parto normal em uma tarde quente de inverno em um bairro pobre no município de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.

Foi criada pelo Seu Dário e pela Dona Josefa, pai e mãe, e criou Manoela e Pollyana, suas irmãs mais novas. Para garantir o próprio sustento e o das filhas, seus pais trabalhavam em um quiosque na praia onde vendiam porções, salgados e bebidas. Durante a alta temporada, o quiosque lucrava absurdamente bem. Entretanto, nas épocas de baixa temporada a família trabalhava vendendo salgados sob encomenda para complementar a renda e compensar a queda de movimento na praia.

A infância e a adolescência foram marcadas por uma responsabilidade admirável, porém preocupante. Por ser a filha mais velha do casal, o tempo de Joana era destinado aos cuidados com as irmãs caçulas, às tarefas domésticas e aos estudos. Vez ou outra, ainda ajudava os pais no quiosque da praia: atendendo a clientela, preparando as porções ou confeccionando os salgados. Ainda assim, ela encontrava tempo para dedicar-se às suas paixões particulares: os livros e as artes.

Desde muito nova, manifestava um talento natural para a escrita e para o desenho. No decorrer de toda a sua vida, Joana se apropriou das artes para expressar seus sentimentos, seus desejos, suas ambições. Essa mulher é a mais pura manifestação artística em toda a sua existência. 

Quando completou 17 anos, após concluir o ensino médio, mudou-se para São Paulo para morar com sua tia. Apesar de sua vinda para cá ser motivada pelos cuidados que tia Lourdes demandava após sofrer uma queda que comprometeu sua mobilidade, Joana encarou a situação como uma oportunidade para estudar e, quem sabe, se aperfeiçoar na escrita e no desenho.

O sonho de Joana era se tornar artista e ela acreditou veementemente que morar em São Paulo lhe possibilitaria isso. Entretanto, sua vida na cidade grande acabou sendo mais conturbada do que imaginava. 

Acostumada desde cedo a trabalhar, a jovem se aventurou em busca de um emprego assim que chegou em São Paulo. Contudo, apesar da experiência que tinha ajudando os pais no quiosque, ela enfrentou muita dificuldade em encontrar um emprego que pudesse ser conciliado com os cuidados com a tia. Por fim, quase seis meses depois, conseguiu uma oportunidade em uma loja de calçados para atuar em meio período como caixa.

Aos 21 anos, com a ajuda da tia com quem ainda morava, Joana ingressou na universidade para cursar Administração. Independentemente de não ser a área de atuação que havia almejado, ela compreendeu que o conhecimento que iria adquirir na faculdade possibilitaria seu desenvolvimento profissional e que nada a impediria de se dedicar ao seu lado artístico.

Errada ela não estava. Após ingressar na universidade, Joana conseguiu uma nova oportunidade de emprego no setor administrativo de uma renomada empresa nacional, onde passou por inúmeras áreas e realizou diversas atividades. Foi no Marketing que ela encontrou uma forma de unir a bagagem adquirida na faculdade e na empresa com seus anseios artísticos.

Joana construiu uma carreira ilustre que lhe possibilitou dar uma condição de vida melhor para os seus pais, para as suas irmãs e, também, para a sua tia, que faleceu em 2015 de causas naturais.

Em paralelo às suas conquistas profissionais, Joana participou de inúmeros cursos e workshops voltados para escrita criativa e fotografia. Sem nunca desistir de suas ambições, no seu tempo livre Joana atua como fotógrafa.

Atualmente, após enfrentar um doloroso tratamento contra um câncer de mama que descobriu em 2019, Joana se dedica a um novo projeto: contar, por meio da fotografia, a história de mulheres que passaram pelo mesmo processo quimioterápico que ela e conscientizar outras mulheres sobre a importância dos exames de rotina.

Gabrielle Colturato

Obs.: Esse perfil foi produzido para a aula de Livro Reportagem e Jornalismo de Revista do curso de Comunicação Social - Jornalismo. As informações contidas nesse texto são totalmente fictícias, quaisquer semelhanças com personalidades reais são meras coincidências.


Nenhum comentário:

Postar um comentário