sexta-feira, 17 de julho de 2015

Aos amores que amei

Cabe ao consentimento duvidar
Das palavras que ouvi
Dos sorrisos que causei
Das histórias que vivi
Dos amores que amei.

 Cabe à saudade suspeitar
Das certezas que perdi
Dos desejos que cantei
Das nuances que tingi
E das letras que plantei.

E, se o passado, num instante eu visitar,
Sentirei, às minhas veias, o dever de elucidar
À fonte das pulsações e dos pulsares,
A quintessência de prazeres e pesares.

Ao criminoso potencial de cada lágrima, me refiro.
De cada gota de suor outrora amável, abdico
Pois a verdade é que confuso, enfim, repouso
De dores despido, por sonhos envolto.

Ao esquecimento, cabe me lembrar
Quanto às fraquezas que venci
Quanto às tristezas que ostentei
Quanto aos versos que colori
Quanto aos amores que amei.

Caio Trova

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