quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Quem és tu, amor?

Quem és tu, amor? Hospede que incendeia o lado esquerdo do peito, que rasga o ódio e a raiva e acolhe a alma desesperada em seus braços. Amor que quando se arranca do coração deixa apenas a marca da fogueira da paixão, que leva consigo todo o calor e deixa a alma em prantos, que deixa a saudade e uma pitada de agonia.
Amor que se manifesta nos caminhos que cruzam os olhares, nos toques, nas palavras que os lábios proferem. Amor que se reserva aos virtuosos, que é a porta da frente dos sonhos e uma das milhares de portas do paraíso. Amor que transborda o espírito, que trás vida ao que se denominava morto, que tem a capacidade de levantar o que jaz no chão e desfaz o laço da desunião. É o amor quem nos faz, quem nos leva, quem nos trás. Amor que embala nos ritmos da vida, que não mede esforços nem diferenças, que prevalece em estação sintonizada no ponto certo. Amor que fotografa as lágrimas e filma os sorrisos, que em cada momento vivido cria uma cena de um filme inesquecível que estreia na sessão integral dos pensamentos. Amor que compõe a melodia, a letra e os acordes, onde as notas somos eu e você, que espreitamos um mundo não registrado por satélites, onde não somos impedidos de dizer e sentir o que tivermos vontade. Amor que flui em corpo num fluxo perfeito, que apesar das curvas impostas pelas margens, não se desvia de sua rota e não cria rotinas. Amor que faz o mundo girar devagar, que toma o tempo. As horas e os minutos passam a ser seus e ninguém é capaz de ver passar. Amor que é, enfim, pura e simplesmente amor.


Carlos Vinícius Custódio

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