segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Sedento Desejo

A chuva despencava, batendo de forma insistente contra a janela de madeira velha, causando um barulho ritmado por todo o quarto escuro e semi quieto. Preenchendo o silêncio, acompanhando a chuva, nossas respirações ofegantes e compassadas causadas pelo simples fato de nossos corpos nus se manterem grudados.

Deitada de bruços sobre seu peito quente, delicio-me com suas sorridentes feições sonolentas e com o excitante deslizar de suas mãos firmes sobre minhas costas,  despidas de qualquer tecido, mas coberta de toda a quentura que nossos corpos transmitem um ao outro. Suas carícias arrepiam-me por inteira, excitando-me instantaneamente, e atiçando os instintos mais sacanas existentes em mim.

Entre sorrisos perversos, nossos lábios deslizam e se tocam lentamente, tornando-se o estopim para que realizemos nossos desejos e devaneios carnais, incentivando nossos corpos,  distintos, fundirem-se e tornar-se um único.

Somos apenas dois corpos e almas que transformam-se em um único corpo guiado por um só movimento, por apenas um sedento desejo.


E, por fim, nossos corpos se unem, sem pudores, em um ritmo sincronizado, abafando a chuva inquieta que desmorona lá fora e aquecendo o frio que, dias atrás,  fez-se dono de nossas almas. Somos, então,  dominados pelo que mais queremos, conseguindo, enfim alimentar e  saciar nossa maior vontade: ter-se um dentro do outro, por inteiro, em corpos e almas.


Emeli Louise.

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