segunda-feira, 9 de março de 2015

Era trovoada que virou arco íris

Era um fim de semana chuvoso, muito provavelmente o mais molhado do mês, e como sempre ela estava decidida a calibrar seu estado de espírito de acordo com o do tempo. Nunca fui capaz de entender suas trocas repentinas de humor. Uma hora ela é sol e em um instante é trovoada. E por mais que eu a ame, odeio seu jeito temperamental.

Naquela noite de sábado ela decidiu por em ação seu "mode" bipolar, para minha infelicidade. Todo mundo sabe que ela é dengosa e carente, principalmente eu, e que ser chorona é só uma vaga consequência dos "defeitos" anteriores, mas eu nunca tinha a visto daquele jeito.

Na TV passava "A Culpa É Das Estrelas", o quarto estava escuro e ela estava deitada em posição fetal, chorando feito criança. A principio deduzi que fosse só um mero efeito do filme, afinal todas as vezes que o assistia era assim, chororo e fossa, porém dessa vez era diferente.

Aquela garota é espetacular. Suas manhas e manias, seu sorriso e olhar terno me encantavam de certa forma inexplicável, mas era de partir o coração vê-la chorar. Dentro daquele quarto, iluminada pela luz clara da TV, ela foi para mim o que jamais havia sido. Deitada em meu peito, declarou medos, angustias e inseguranças, e por fim eu, finalmente, a vi como ela realmente é. Cheia de contestações, e ao mesmo tempo uma divindade maravilhosa.

Hoje eu sei que entre sol e trovoada ela é o arco íris mais lindo do universo, e o único que tem a capacidade de me fascinar. Ela é a merecedora de todo meu amor e atenção, até mesmo em suas trocas repentinas de humor.


Emeli Louise

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