quarta-feira, 18 de abril de 2012

Tão esperado amor...

A luz do sol entrava fortemente pelas janelas, mesmo com as cortinas fechadas. Estava acordada fazia horas, nem havia dormido direito e fingia estar dormindo todas as vezes que minha mãe entrava no quarto.

As lembranças do dia anterior invadiam minha mente de uma forma que me impressionava, por mais que eu tentasse impedir. Ele. O Abraço. Parecia real, mas não era.

Seu irmão já havia acordado fazia um tempo, mas parecia fazer o mesmo que ela, ambos fingiam estar dormindo. Ela não queria ter que suportar mais um dia de sofrimento, de angustia, por isso preferia ficar lá deitada.

Ouve o som agudo da campainha e um silencio sombrio toma conta de toda a casa, alivia-se ao ouvir passos na escada e após isso a porta do quarto abrindo. Olha para a porta e percebe que seu irmão faz o mesmo. Ambos encaram sua mãe que esta na porta com um sorriso contagiante no rosto, mas que não contagiava nenhum dos dois.

__ Aquele rapaz esta te esperando lá embaixo, o que digo para ele? – Sua mãe diz adentrando no quarto para abrir as cortinas.

Rapidamente ela levanta-se e corre para o banheiro, antes mesmo de seu irmão pensar em levantar. Tira o pijama pesado e molhado pelo suor, entra no chuveiro e deixa a água gélida escorrer suavemente pela pele quente. Após alguns minutos fecha o chuveiro e enrola-se na toalha, voltando para seu quarto correndo.

__ Sai agora, preciso me arrumar, vai lá se lavar! – Grita, assustando no mesmo instante seu irmão, que sai cambaleante do quarto.

“Que roupa eu visto? Vestido ou camisetão e short?” Pensava ela.

Olhou para o relógio que marcavam 11: 37. Se perguntava o que ele estaria fazendo ali. Abriu seu guarda roupa e pegou seu short jeans preto, sua regata azul e sua camisa xadrez. Vestiu-se rapidamente e colocou seus chinelos.

Desceu as escadas sem demonstrar o animo que sentia por dentro, e viu ele no sofá, lindo e estonteante como sempre e ao seu lado um lindo buquê de tulipas vermelhas, suas flores favoritas particularmente. Assim que ele a viu, levantou-se e pegou as flores, indo em direção da escada, entregou-as e beijou sua mão que começara a suar.

__ Precisamos conversar! – Ele disse olhando em seus olhos
__ Vamos na varanda lá fora, é melhor – Ela respondeu indo na cozinha e deixando as tulipas em cima do balcão – Mamãe, coloque as flores naquele vaso que a vovó me deu, por favor.

Voltou para perto das escadas, foi em direção à porta da frente e deu-se conta que ele a seguia, como esperado, saíram ansiosos. Ela sentou-se no sofá e apoiou os pés na mesa, enquanto ele ficou em pé em frente a ela apoiado na grade da varanda.

__ Quero me desculpar pelo ocorrido de ontem, perdi o controle! – Ele disse.
__ Não precisa se desculpar, saiba que fiquei pensando nisso a noite toda, eu te amo e nada vai mudar isso! – Ela disse apoiando o rosto nas mãos.
__ Eu também te amo! – Ele disse aproximando-se – Você é o que eu sempre sonhei para mim, por mais difícil que seja dizer isso, nunca liguei para tudo o que aconteceu entre eu e todas aquelas garotas!
__ Então porque nunca disse? – Perguntou curiosa.
__ Eu tinha medo de estragar tudo...

Ela se levantou e foi em direção dele, calo-o colocando seu dedo indicador sobre a boca molhada que ela tanto implorava para beijar, chegou mais perto e o abraçou fortemente e após alguns segundos afastou-se, olhou em seus olhos e beijou-o. O beijo tão esperado e desejado.

Sabia que era o que ele queria, e ela também queria aquilo, pois ela o amava há tanto tempo, e por tanto escondeu tudo o que sentia e queria. Era tão bom saber que tudo o que ela temia não ocorreria, que todo aquele sofrimento que passou foi só uma passagem, uma lembrança do que aconteceu em outros amores passados.

E foi naquele dia que eles começaram uma nova historia de amor, uma linda historia, que eles contariam para seu filhos, e estes para seus netos e assim por diante...


Gabrielle Colturato

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