São quase cinco da manhã, e ao contrário do teu, meu sono ainda não me embalou e me levou consigo. E por mais gostoso que o quarto possa estar devido ao meu potente ventilador, estiro-me no sofá, mendigando tua atenção nesse meu momento frágil de insônia repentina.
Mas seu sono sempre me trai, e sempre te derruba antes da hora. Porém, dessa vez dou um desconto, meu homem trabalhador. Sei bem, e concordo, que ninguém merece trabalhar "logo cedo" em pleno sábado. Hoje eu perdoo.
O cansaço se faz presente no pesar de minhas pálpebras, e mesmo assim giro de maneira desesperada e agonizante pela cama que parece expulsar-me de sua tão adorada quentura.
A ausência de uma noite bem dormida pode até trazer-me boas palavras, entretanto desolo-me ao lembrar que você não só precisa trabalhar amanhã de manhã, mas que também não pode oferecer-me, aqui pertinho, comigo, aquele conforto tão pacífico que seus braços podem me proporcionar, e assim, aos poucos, me acalmar.
Sendo dessa forma, resta-me esperar o sono chegar, entre uma caneca e outra de café, entre um pensamento e outro, entre um capítulo e outro desse maldito livro que tanto me faz lembrar você.
Emeli Louise
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