Aqueles olhos
amendoados me encaravam com um brilho sem igual. Aqueles braços me traziam todo
o conforto do mundo. E por mais que meus problemas se resolvessem, magicamente,
em seus braços, me peguei chorando. Chorando como criança de quem roubaram alguma
guloseima. Feito criança que chora, que soluça e que chega a faltar o ar. Eu
não sei por que, mas eu chorei entre aqueles braços "meigos",
encostada naquele ombro. Nos braços, e no ombro de quem eu nunca imaginei poder
chorar daquela forma. Talvez eu chorasse por saber que aquele conforto duraria
pouco. Que aquela quentura, que aquele amor, que aquele carinho logo seria
interrompido pela voz aguda de alguém que estava no corredor, provavelmente do
professor.
E seu conforto
poderia tirar todas as minhas dores, todos os meus medos, todas as minhas angustias.
Aqueles braços fariam eu desistir de todas as fraquezas e possíveis recaídas
que me levassem à "coisa ruim". E foi por isso que chorei, por saber
que eu poderia me permitir a essa grandeza de seus pequenos braços, mas que por
mais que eu quisesse não teria o privilegio de viver no conforto daqueles
"doces" braços aquarianos.
Gabrielle Colturato
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